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quarta-feira, dezembro 25, 2024
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Comandante na invasão da Igreja do Rosário, Renato Freitas já perdeu o benefício da dúvida

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O jornalista político Aroldo Murá analisa os pecados do vereador petista ao comandar a invasão da Igreja do Rosário: nos primeiros dias do vereador Renato Freitas (PT) na Câmara Municipal de Curitiba, fui dos que até tomaram como implicância gratuita os senões que iam surgindo quanto à atuação do jovem. Achei, por exemplo, que igrejas e pastores teriam exagerado nas condenações ao moço que, num arroubo de “show off”, denominou pastores de “picaretas”, espécie de vendilhões do sagrado.

Esse primeiro deslize de Freitas lhe rendeu submeter-se a uma comissão de ética da Casa, à qual teve de responder sobre suas diatribes. Ágil em montar articulações a seu favor,  saiu limpo desse “tribunal”.

Livre para novas quebras do decoro parlamentar, qualidade que deve identificar a quem se propõe a representar a comunidade. O decoro deve ser o melhor cartão de visita de um legislador, e tem espaço ilimitado na vida de um senador, deputado ou vereador, indo até à sua vida particular. É isso mesmo: regra para quem trabalha a “res  publica”.

No sábado, 5 – em meio a outros solavancos comportamentais suspeitos em plenário já anotados -, Renato Freitas passou totalmente das medidas: chefiou uma baderna, ao invadir a Igreja do Rosário, de Curitiba, durante celebração de missa.

O templo, do silêncio habitual, foi tomado por algazarra, manifestações com gente empunhando bandeiras vermelhas e gritaria. Tudo sob a desculpa de estarem protestando contra a morte do congolês Moise, barbaramente assassinado ao cobrar dívidas num bosque da praia do Rio de Janeiro.

Houve quem, desde os primeiros gestos agressivos do vereador, que o desculpasse. Outros jamais aceitaram os argumentos de que estaria sendo objeto de racismo numa Curitiba de predominância de brancos. Nada mais errado, que o digam os vereadores Carol Dartora e Herivelto de Oliveira, ambos negros, e que sempre se impuseram por realizações e manifestações no plenário. Nunca recorreram a inexistente “racismo” para desculpas de eventuais falhas.

Toda ação corresponde a uma reação. Até o PT, por seus diretórios estadual e o de Curitiba, condenou a ação de celerados chefiadas pelo vereador.

A nota do arcebispo de Curitiba sobre o triste episódio foi moderada, mas no reto tom: defesa do templo e de protesto contra a violência.

Eu, cá comigo, fico a me perguntar: será que o vereador Freitas tentaria a mesma ação num dos templos da Igreja Universal, sabidamente bem guarnecidos por seguranças e fieis vigilantes? Ou, por acaso, aventaria qualquer manifestações de balburdia num terreiro de Umbanda ou Candomblé?

Desta vez o Renato Freitas acostumado a apresentar-se como vítima até de policiais em supostas arbitrariedades, não terá de exibir o que considera seu passaporte, a carteira da OAB, para tentar safar-se de flagrantes.

Pena que tudo isso tenha acontecido tendo como protagonista um moço que poderia trabalhar de cabeça erguida em favor de sua etnia que vive sob algum tipo de racismo neste Brasil que ainda não a incluiu.

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5 COMENTÁRIOS

  1. Tremenda hipocrisia: se um branco levanta a mão e dá tchau, logo é acusado de supremacista, nazista, homofóbico, racista ou coisa similar. Já um negro posa para foto fazendo um gesto truculento e não é nada, é apenas uma manifestação! Vamos acabar com essa palhaçada, se um não pode, ninguém pode. E se há consequências, que haja para todos. Brancos e negros precisam ser iguais, em direitos e deveres!

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