O jornalista político Aroldo Murá conta que com a queda do general João Ferreira da diretoria geral brasileira da Binacional Itaipu, anunciada nesta quarta, 28, pelo Ministério de Minas e Energia, decorreu de dois fatores básicos: ele não conseguiu aprovar o orçamento da empresa para o ano, e – tão grave quanto -, não conseguiu também aprovação das novas tarifas de Itaipu, decisão emperrada pelo lado paraguaio da binacional.
O chamado Anexo 14 da constituição de Itaipu determina a definição em conjunto pelo Brasil e Paraguai, das tarifas de Energia.
O lado paraguaio resiste em alterar as tarifas, pois, admitem fontes de Assunção, “isso só iria beneficiar o Brasil, que compra o excedente de energia paraguaio e está interessado em valores aquém do que esperamos e merecemos.”
No ano de 2023, vence o atual acordo de Itaipu.
AS GRANDES FALHAS
General da reserva do Exército, um ser “bonachão e excelente em contatos humanos”, João Ferreira teria sido “vítima” de sua inabilidade em articular-se com Brasília, de onde emanava seu poder, e parco também em articulações com o governo do Paraná e o mundo político.
Os problemas que “foram deixados pelo general, com a falta de orçamento, segundo fontes do governo federal, estariam gerando enormes prejuízos ao país e, sobretudo, ao projeto do presidente da República, que quer entregar antes das eleições a Ponte da Integração, ligando Brasil e Paraguai, e a duplicação da Estrada do Colono.
Sem orçamento, não há recursos para tocar suas obras como a ponte, e a duplicação da Estrada do Colono, além da Perimetral, que garantirá o desvio o tráfego de cargas da cidade em direção à ponte. A duplicação, é bom lembrar, foi promessa do presidente da República em recente visita a Itaipu.
O deputado Ricardo Barros, líder do Governo, teria tentado emplacar o nome de Cida Borghetti para substituir o general.
Triste ver e saber que a maior geradora de energia do planeta não seja capaz de produzir energia barata a quem lhe deu uma das mais belas paisagens naturais do país que foram as nossas 7 quedas. Depois, de ver descaradamente, ser transformada em mero cartório para políticos que se aproveitam dos recursos em dinheiro vivo que ela tem, para ser obrigada a patrocínar obras e eventos diversos da sua atividade principal, e claro também ter virado um muito disputado cabide de empregos.