O jornalista Angelo Rigon, do excelente Maringá News, conta que o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) constatou, em pesquisa divulgada semana passada, que 122 municípios subsidiaram empresas do transporte coletivo durante a pandemia, para que o serviço não parasse durante a pandemia de covid-19. Dos 122, seis municípios são do Paraná (Araucária, Cianorte, Curitiba, Foz do Iguaçu, Paranaguá e Umuarama). Os dados expõem uma crise generalizada, de âmbito nacional, e a necessidade de um plano federal para enfrentar o sistema.
A crise no transporte coletivo, com perda de passageiros e encarecimento do serviço, já vinha de anos antes, mas teve como agravante o isolamento social, necessário para conter a pandemia da covid-19. Com a queda brusca no número de passageiros pagando a passagem, houve um déficit muito grande, mostrando que o atual padrão de contratação das empresas está esgotado. Ao todo, estima-se que a ajuda tenha passado de R$ 2,8 bilhões em investimentos.
Diz trecho do estudo: “Não há dúvida de que o transporte coletivo necessita de subsídios: por um lado, os sistemas que já estavam em crise chegaram próximos ao colapso, vide o número de cidades que subsidiaram seus sistemas de transportes; por outro, o sistema de financiamento atual, quase que exclusivamente via tarifa, faz com que a mobilidade seja custeada, em geral, pela parcela mais vulnerável da população, que é a que mais utiliza o transporte coletivo, e não pela sociedade como um todo. A mobilidade é um direito, e deveria ser garantida a todas as pessoas. A falta de informações nos mostra, porém, que é preciso mudar de paradigma: não só em termos de financiamento, mas também em termos de transparência e participação social. Para que a sociedade possa tomar decisões informadas, a operação precisa ser transparente, ao contrário do que foi observado em numerosos casos”.
No universo total pesquisado (100 maiores cidades + cidades menores em que há informações sobre subsídios), há 122 cidades em que foi implementado algum tipo de subsídio. Em 46 cidades, ou 38% do universo pesquisado, não houve divulgação de valores específicos, seja em sites oficiais ou entrevistas na imprensa. São elas:
● Americana – SP
● Araranguá – SC
● Araruama – RJ
● Araucária – PR
● Atibaia – SP
● Botucatu – SP
● Cachoeiro do Itapemirim – ES
● Campo Bom – RS
● Campo Grande – MS
● Caruaru – PE
● Cianorte – PR
● Cruzeiro – SP
● Cubatão – SP
● Cuiabá – MT
● Dois Irmãos – RS
● Formiga – MG
● Foz do Iguaçu – PR
● Governador Valadares – MG
● Itatiba – SP
● Jaboticabal – SP
● João Pessoa – PB
● Louveira – SP
● Macapá – AP
● Manaus – AM
● Montes Claros – MG
● Natal – RN
● Olímpia – SP
● Palmas – TO
● Paranaguá – PR
● Paulínia – SP
● Pelotas – RS
● Pouso Alegre – MG
● Presidente Prudente – SP
● Rio Grande – RS
● Rio Negro – PR
● Santa Maria – RS
● Santo Ângelo – RS
● São Leopoldo – RS
● São Luiz Gonzaga – RS
● São Vicente – SP
● Sapiranga – RS
● Sorocaba – SP
● Taubaté – SP
● Umuarama – PR
● Vitória – ES
● Vitória da Conquista – BA
(Foto: Idec)
