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terça-feira, novembro 26, 2024
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InícioCultura67º Salão Paranaense de Arte Contemporânea ocupará museu, espaços públicos e internet

67º Salão Paranaense de Arte Contemporânea ocupará museu, espaços públicos e internet

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O Salão Paranaense de Arte Contemporânea, prêmio de arte mais antigo ativo no Brasil, chega a sua 67ª edição completamente reformulado pelo MAC Paraná. Através de novas diretrizes atentas aos debates contemporâneos, e atravessando todos os desafios que a pandemia ofereceu à realização e concepção do evento, a atual edição do Salão promete apresentar trabalhos muito potentes de artistas de todo o território nacional. Ao todo foram 1.810 inscrições e 27 propostas premiadas.

Atuando em frentes híbridas para a apresentação de artistas premiados, o público terá contato com as obras de forma virtual e presencial, em três diferentes espaços: o próprio museu, os espaços públicos urbanos e a internet. O início das inaugurações será no dia 03 de dezembro, quando o MAC lança o site oficial do 67º Salão Paranaense. Além de apresentar todos os artistas que integram a edição, o site será suporte para uma nova categoria, a de arte digital em linguagem de web arte e audiovisuais que utilizam a internet como interface para sua realização. 

O site também disponibilizará os trabalhos de outra categoria inédita na história do evento: textos de reflexão crítica sobre arte contemporânea, a partir do tema “Poéticas e políticas de reparação”. Todos os textos críticos premiados pelo Salão serão disponibilizados para leitura e download gratuito no site.

NOVAS CATEGORIAS – Acompanhando os desdobramentos da pandemia de Covid-19 e com ela as necessidades de repensar a produção e a apresentação da arte contemporânea, a edição 67 do Salão Paranaense contemplou trabalhos artísticos em quatro novas categorias: arte digital; trabalhos realizados em linguagens como pintura, escultura, fotografia, gravura, desenho, videoarte e instalação; performances ou intervenções urbanas; e textos críticos

PERFORMANCES E INTERVENÇÕES – A exposição presencial das obras em linguagens mais tradicionais, como a pintura, escultura, fotografia, gravura e instalação, deve acontecer no mês de dezembro na sala 08 do Museu Oscar Niemeyer, ocupada temporariamente pelo MAC devido às reformas em sua sede oficial. Mas enquanto esta data ainda não é confirmada, o público já pode marcar na agenda toda a programação de performances e intervenções urbanas que foram premiadas pelo Salão. Essa é uma outra novidade da edição, que até o momento não previa uma categoria exclusiva para a premiação de performance arte ou intervenções.  

Confira a programação:

03 de dezembro, das 12h às 16h – Performance de Davi Cavalcante na Praça Oswaldo Cruz: Nessa proposta de performance-instalação, o artista se coloca em espaço público no ofício da gravação de palavras em tijolos de construção que contribuem para confecção de um muro, que permanece no local como uma instalação após a sua atividade performática. O trabalho traz uma reflexão poética sobre o peso da ação humana na construção das relações com o espaço e seus pares.

08 a 10 de dezembro, às 20h – Intervenção urbana de Rafael Ribeiro na Praça Generoso Marques: Essa proposta de intervenção urbana consiste na projeção de um vídeo na empena de um prédio em área de grande circulação em Curitiba. O vídeo, intitulado “Vazios”, foi realizado a partir do material de arquivo da bióloga e pesquisadora Beatriz Beisiegel, que há anos vem instalando câmeras automatizadas em áreas de mata atlântica do Vale do Ribeira. A proposta do artista é devolver a floresta à cidade, e convidar o público a refletir sobre o momento de crises ambientais que estamos vivendo.

11 de dezembro, às 11h – Performance de Eliana Brasil na Praça Generoso Marques: A performance propõe uma reflexão ao público por meio de ação que alude à letra da música “A Carne”, composta por Seu Jorge, Marcelo Fontes do Nascimento e Ulisses e interpretada por Elza Soares. De posse de referências artísticas e teóricas, a artista se expressará na tentativa de estabelecer uma reflexão sobre a “a carne mais barata do mercado”, cuja metáfora reflete a realidade da população negra que vive, em todos os aspectos sociais, sob o peso do racismo estrutural.

CURADORIA – O 67º Salão Paranaense conta com uma equipe de cinco curadores com distintas trajetórias e linhas de pesquisa, compondo um olhar múltiplo sobre os trabalhos selecionados para a exposição que vem por aí, no mês de dezembro. Milla Jung, artista e pesquisadora em Artes Visuais; Emanuel Monteiro, artista e curador; Fabrícia Jordão, curadora, pesquisadora e professora; Keyna Eleison, curadora, escritora, pesquisadora, herdeira Griot e xamânica, narradora, cantora, cronista ancestral; e Ana Rocha, diretora do MAC Paraná, curadora e produtora desde 2009.

Para Milla Jung, a realização do Salão Paranaense é essencial porque o evento fundamenta as bases do que está sendo a arte contemporânea, funcionando como um espelho das produções locais e nacionais.

“O Salão é um momento de encontro dessas práticas que estão acontecendo atualmente em todos os lugares e, como ponto de encontro, ele é fundamental, porque define o que pode ser a arte ou pelo menos reúne os artistas que estão tentando essa definição”, afirma. Para ela, o Museu de Arte Contemporânea do Paraná, em seu papel institucional, baliza esse lugar do que pode ser a arte hoje, aqui e agora, colocando em questão os debates mais atuais da arte e das práticas artísticas. 

Além de um destaque inédito para arte digital, o 67º Salão Paranaense reforça uma profunda revisão crítica sobre a coleção do MAC-PR e as lacunas históricas que nela existem.

“Considerando que grande parte do acervo do museu é formada por obras premiadas pelo Salão e uma parcela expressiva dessas obras tem como autores artistas homens cisgênero brancos, esta edição do prêmio tem como objetivo ampliar a diversidade de vozes e narrativas representadas neste acervo”, afirma a diretora do MAC Paraná, Ana Rocha.

A comissão julgadora levou em consideração critérios de representatividade social e pluralidade de trabalhos artísticos – diretrizes que já vêm sendo consideradas pela diretoria na escolha da programação curatorial e expositiva nos últimos anos. 

Serviço:

67º Salão Paranaense de Arte Contemporânea

Aberto a partir de dezembro no Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC-PR)

Devido às reformas em sua sede, o MAC Paraná está funcionando temporariamente nas salas 08 e 09 do Museu Oscar Niemeyer

Acompanhe a agenda de performances do Salão Paranaense através das redes sociais e site do museu: www.mac.pr.gov.brInstagram (mac_parana) e Facebook (Museu de Arte Contemporânea do Paraná)

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