O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os advogados/juristas Luiz Carlos da Rocha, o Rochinha, e Manoel Caetano, o Maneco, cultivam aquele tipo de relação que de tão intensa assume status mais elevado no campo da afetividade: o de irmãos. Palavra do jornalista Fernando Morais, biógrafo do ex-metalúrgico que fundou o maior partido de esquerda do Mundo, se elegeu presidente da República do Brasil e deixou o Palácio do Planalto com um índice de aprovação de 97% – feito único na História brasileira.
Rochinha e Maneco, como são conhecidos entre os seus pares e amigos, ganharam menção especial no tomo I da Biografia de Lula, recém lançada, com direito a foto na publicação já considerada histórica. Sobre eles, o biógrafo Fernando Morais conta que foram contratados pela defesa de Lula no Paraná, mas fizeram questão de atuar pro bono. Ambos foram presenças diárias – um pela manhã, outro à tarde – nos 580 dias que Lula passou na sede da Polícia Federal em Curitiba. Nesse tempo, viveram experiências algumas dolorosas, como a de comunicar ao ex-presidente a morte do neto de 7 anos.
A história de Lula e dos dois advogados paranaenses tem outros pontos em comum, além da militância à gauche. Os pais dos primos Maneco e Rocha são pernambucanos como o ex-presidente. O pai de Rocha, Espedito, falecido em 2010, possui nome e obra reconhecidos tanto nas artes plásticas como na Política: nesta como liderança do PCB paranaense, naquela como exímio entalhador.
A referência que Fernando Morais faz à relação de irmandade entre os dois advogados e Lula não chega a ser novidade e costuma ser explicitada pelo ex-presidente quando expressa gratidão pelo trabalho e o apoio recebido deles. Recentemente, Lula, com aquele jeito todo próprio de dar forte significado às suas palavras, augurou que “todo o mundo um dia tenha a chance de ter pessoas como Rocha e Manoel Caetano em suas vidas”.