O jornalista político Aroldo Murá informa que Sergio Moro está em franca recuperação na mídia nacional. O noticiário desta sexta-feira em veículos como o Estadão – que não é Lavajatista -, se não é de todo favorável ao ex-juiz, começa a expor um novo ângulo da candidatura do Podemos. O jornalão vai expondo a nova cadeia de apoios que Moro vai conquistando no Sul e Sudeste com sua fala meio monocórdia, mas segura, de combate à corrupção. Nisso colhe bem a memória de seu trabalho na Justiça Federal em Curitiba.
TEMA ESQUECIDO?
Eliane Cantanhede, jornalista que não esconde sua “oposição dedicada” (portanto, um tanto suspeita, pois não abriga o contraditório) ao governo Bolsonaro, expõe uma realidade instigante: nem Lula nem o atual presidente, assinala, se ocupam do combate à corrupção em suas andanças eleitorais. E olha que guerrear contra os corruptos foi a mais expressiva bandeira do atual presidente que, agora, aproxima-se de um ex-presidiário preso por corrupção, o presidente e dono do PL…
Nesta semana, é bom lembrar, a deputada Gleisi Hoffmann teve a coragem de dizer que o governo petista nunca praticou roubalheiras na Petrobrás, fato mais que comprovado… Se Moro terá estofo para se constituir uma terceira via – entre Bolsonaro e Lula -, só o tempo dirá. Por ora vai-se montando o quebra-cabeças, com Moro se reconhecendo como político e, até, assumindo ser “um pouco conservador.” Nesse terreno do conservadorismo de costumes ele apenas ensaia, em entrevista, hoje, 19, ao Antagonista – outro veículo que dá espaços aos ex-juiz – explicar no que constituiria esse “conservadorismo”.
O que fica claro é que Sergio Moro não está apostando em terrenos considerados alheios ao seu ethos – os evangélicos, de Bolsonaro, e os sindicatos e populistas de esquerda, de Lula. Moro parece ter escolhido o “tertius”, o “in medio stat virtus” que tantas vezes ouviu em suas aulas de Direito Romano da faculdade de Direito. O neopolítico ficou com a ideia da gatunagem como o grande mal nacional, maior preocupação dos brasileiros do Sul e Sudeste, segundo pesquisas. Nem saúde, segurança, salários, empregos. Preocupação maior é com a roubalheira ‘institucionalizada” do dinheiro público.
GURU DE ECONOMIA
A destreza com que Moro se apruma ampliou-se com ele apontando Afonso Pastore, ex-ministro de Fazenda (que nunca conseguiu debelar inflação) como seu mentor para temas macroeconômicos. E, com diplomacia, Moro vai deixando claro – mas pisando em ovos – que as decisões do STF que invalidaram algumas de suas condenações (por motivos técnicos) delas discorda.
Assim, anote-se: dia 2 de dezembro Moro estará em Curitiba para lançar no Teatro Positivo (ainda de Oriovisto Guimarães, do Podemos) seu livro em que exporá credos. E entre os que mais próximos se mostrarão de Moro estará certamente o empresário Fábio Aguayo, da AbraBar e da Confederação de Turismo. Aguayo, fiel escudeiro, tentou na última eleição para vereador, conquistar uma cadeira na Câmara. Note-se: apesar de apoiado por Moro, rodou..
Moro é o único com condições de presidir o Brasil