O jornalista político Aroldo Murá informa que na pausa do cafezinho, Dona Matilde da Luz resolveu acessar a página da Prefeitura de Curitiba onde são publicados os atos administrativos da cidade. E qual foi a surpresa em ver que o gabinete do prefeito Rafael Greca só emitiu dois documentos desde 2017. Uma portaria de penalização e uma autorização para que fosse suspensa uma ação judicial contra o governo estadual, na época comandada por Beto Richa.
Preocupada com a governabilidade da cidade, ela resolveu revirar o mesmo site e viu que os atos administrativos que saiam do gabinete do prefeito, em gestões anteriores, hoje estão concentrados na Secretaria do Governo Municipal, sob a gestão do supersecretário Luiz Fernando Jamur. Detentor do tokken do prefeito, Jamur é o único na prefeitura que pode autenticar os documentos públicos com a assinatura eletrônica de Greca. Se for feita uma pesquisa no site de Atos Externos da própria Prefeitura
https://legisladocexterno.curitiba.pr.gov.br/AtosConsultaExterna.aspx) , percebe-se que a Secretaria de Governo, sob o manto de Jamur, é a responsável por centenas de centenas de atos, portarias, decretos, medidas, despachos, etc. O que demonstra que é pela Secretaria de Governo Municipal que as decisões da prefeitura são tomadas.
Dona Matilde lembra que em 2016, como candidato a prefeitura, Greca ironizava o então prefeito Gustavo Fruet. Até afirmou que Fruet vivia escondido dentro do gabinete de prefeito sem fazer nada. O fato de haver apenas uma dezena de atos administrativos vindo do gabinete de Fruet, era usado por Greca para ridicularizar o seu adversário. Passado 4 anos e já no fim do primeiro ano de mais um mandato, o que Greca produziu foram dois atos administrativos. As demais medidas administrativas sempre foram elaboradas, planejadas e seus documentos confeccionados pela equipe do secretário Luiz Fernando Jamur.
O nome e a assinatura do prefeito também são colocados nos processos pela turma de Jamur, sendo que apenas o secretário do Governo Municipal detém a chave criptografada com a assinatura digital (tokken) de Greca. Diz um vereador da oposição que essa medida centralizadora de Jamur só aumentou na pandemia.
Quando Greca ficou isolado por causa de medo do contágio da Covid-19, o vereador assegura que Jamur mandava e desmandava usando o tokken do prefeito. O vereador levanta a hipótese que dar tanto poder a Jamur possa ser uma estratégia jurídica de Greca. Na idade de ser considerado idoso pela Justiça, quando há uma série de proteção legal, Greca estaria deixando a porta aberta para que os processos recaiam apenas sobre Jamur. Afinal, oficialmente, só foi responsável pela elaboração de dois atos administrativos.
Ontem o prefeita estava criticando o governo do estado pelo abandono da Escola de Belas Artes, na Rua Emiliano Perneta. Ficou todo nervosinho. Mas, e a Casa Lerner, na Rua Riachuelo, que está abandonada a anos e até agora a prefeitura não conseguiu resolver o problema? É fácil criticar os outros, sem fazer o que é da sua responsabilidade, né prefs?
Greca é um bon vivant?
Piloto? Tá mais para co-piloto sem jato.
Descobrir se o Greca está trabalhando é só ver se há viatura da Guarda nas esquinas da Vicente Machado com Coronel Dulcídio.