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domingo, dezembro 22, 2024
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Em Dubai, empresas paranaenses fortalecem conexões para expansão ao mundo árabe

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A missão comercial do Paraná em Dubai já rende novas perspectivas para o Estado. Após dois dias de rodadas de negócios, empresas paranaenses engatilharam acordos com parceiros internacionais que conheceram suas potencialidades no Paraná Business Experience, evento que acontece em paralelo à Expo Dubai 2020.

“Nossas empresas estão tendo a oportunidade de mostrar todo seu potencial ao mundo. Algumas das principais vocações do Paraná, como a produção de alimentos, o cooperativismo e o desenvolvimento de novas tecnologias por startups já chamaram a atenção de grandes investidores e potenciais parceiros. Agora entramos na fase de amadurecer as relações e concretizar negócios”, destacou o governador Carlos Massa Ratinho Junior.

Entre as áreas que se destacaram no evento estão as indústrias de bem-estar, agronegócio e tecnologia. Uma delas é a empresa Aeroflex, referência nacional em aerossóis, que aproveitou a missão em Dubai para lançar uma linha de biotranspirantes naturais produzidos à base de água, a BemBio. A novidade teve investimento de R$ 5 milhões, e a expectativa é de comercializar 29 milhões de unidades do produto por ano, com presença em 20 mil pontos de venda.

A nova linha foi desenvolvida para gerar menos impacto ambiental. Para isso, ela utiliza gás ecológico de origem vegetal, com emissão de carbono três vezes menor que gases convencionais, além de ser isenta de materiais como alumínio, álcool, triclosan e silicones.

Marcio Paranhos Miksza, CEO da Aeroflex, pontua que o Paraná Business Experience foi a oportunidade ideal para lançar a novidade da empresa, que almeja atingir novos mercados. “Vimos como uma oportunidade a vinda do Paraná para esse que é o principal evento do mundo, com um tema que faz todo o sentido para o que o produto oferece: a sustentabilidade. Estamos lançando o primeiro biotranspirante a base d ‘água em aerossol do mundo, uma tecnologia 100% paranaense, um produto que tem tudo a ver com a proposta do Brasil aqui no evento”, explicou.

Ele entende que, por se tratar de um evento internacional de grande porte, são muitas as oportunidades de novas conexões e de fazer sua empresa ser conhecida por diversos países – especialmente na comunidade árabe. “Tenho certeza de que a Aeroflex vai sair daqui com muitas oportunidades alinhadas que futuramente vão virar negócio. Já temos conversas com empresas da região, possíveis distribuidoras dos nossos produtos, e acredito que é uma questão de tempo para estarmos presentes nos mercados daqui”, endossou.

COOPERATIVAS – A tradição paranaense das cooperativas agrícolas também saltou aos olhos de potenciais investidores, que veem vantagens em agregar a força de trabalho de uma região em prol de interesses em comum. O Paraná conta com 120 unidades agroindustriais cooperadas, que abarcam 2,48 milhões de cooperados e geram cerca de 113 mil empregos diretos.

O secretário estadual de Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, aponta que isso nem sempre é parte da cultura local, e que, ao longo da história, a boa articulação do hábito de cooperar construiu o modelo empresarial que hoje é dominante no Estado.

Segundo ele, trocas comerciais foram iniciadas nas áreas de fertilizantes, derivados de leite, sucos, erva-mate e mel. “Temos visto aqui um olhar carinhoso de nossos potenciais parceiros árabes com essa grandeza do cooperativismo no agronegócio paranaense. Eles percebem que essa forma de organização pode encurtar o caminho e aproximar interesses de ambos os lados, favorecendo as trocas. Tudo isso é possível acontecer se aproveitarmos bem essa relação que está sendo construída entre os países”, pontuou.

A cooperativa industrial C. Vale foi uma das que protagonizou conversas com países árabes com foco em novas parcerias. Walter Andrei Dal´Boit, diretor da empresa, se surpreendeu com a rapidez com que as conexões foram geradas no evento. Entre os exemplos estão Emirados Árabes Unidos e Egito, dois países que já estão em fase de discussões de potenciais negócios.

“Apresentamos a qualidade que temos, que atende os mercados mais exigentes do mundo. Assim que descemos do palco, fomos chamados a uma sala de negociação. Foi um avanço bem rápido e promissor. De forma geral, eles ficaram surpresos com uma outra ideia de Brasil e, principalmente, uma ideia muito mais avançada do que é o Paraná. Não sabiam de toda a pujança e organização que existe no Estado, tanto na indústria como no agronegócio”, disse.

A prefeita de Carambeí, Elisangela Pedroso, foi uma das representantes dos municípios que também estiveram presentes na missão para apresentar seu potencial turístico e corporativo. A região já tem contato com países árabes através da BRF, que exporta frango halal.

No evento, essa relação ganhou uma nova conexão em uma reunião de cooperativas da região com empresários de Dubai, que demonstraram interesse especial na produção de leite em pó. A cidade tem no leite sua principal produção agrícola: o produto gerou um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 373,13 milhões em 2020, o equivalente a 31,86% do total gerado pelo município.

“É uma oportunidade ímpar estar neste evento em que temos a chance de ter contato com câmaras de comércio de todo o mundo. Esse contato vem engrandecer nossas conexões, levando mais desenvolvimento para a região dos Campos Gerais. A exportação do leite em pó será com certeza um grande avanço para a região”, pontuou a prefeita.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL – Há cinco anos no mercado de tecnologia, a startup Robô Laura desenvolveu uma tecnologia capaz de ajudar a equipe médica a identificar o diagnóstico de sepse, uma infecção generalizada que mata mais de 230 mil brasileiros por ano. Através de inteligência artificial, o robô analisa mais de 90 variáveis e gera alertas em casos de risco. Com isso, a tecnologia reduz em 25% a taxa de mortalidade geral e em 10% o tempo médio de internação por paciente. Foi um dos “cases” paranaenses apresentados em Dubai.

“Nós criamos um sistema de inteligência artificial que poderia ajudar os médicos e enfermeiros a identificar quais eram os pacientes em risco. Hoje, nossa tecnologia está em toda a jornada do paciente, em mais de 50 centros de saúde no Brasil. Nesses cinco anos, foram mais de 10 milhões de atendimentos analisados pela Laura”, explicou Cristian Rocha, CEO da startup.

Com o tempo, outras tecnologias foram desenvolvidas pela empresa. Foi o caso do PA Digital, criado rapidamente após o início da pandemia do coronavírus para ajudar na triagem de pacientes com sintomas da doença através de algoritmos. Além de hospitais, prefeituras e operadoras de saúde estão entre os clientes da empresa.

Rocha explicou que os produtos são pensados para resolver problemas sistêmicos na área da saúde de forma global, não apenas no Brasil. Por isso, a expansão internacional é um caminho natural a ser buscado — e que ganhou uma nova possibilidade através das rodadas de negócios em Dubai.

“Tivemos a oportunidade de conhecer grupos de investidores e conversamos com um grupo italiano com negócios na Europa e nos Emirados Árabes Unidos. A gente ainda não iniciou um casamento, mas já estamos no namoro, e há grandes possibilidades de firmar parcerias nos mercados árabe e europeu. Se não fosse um evento como esse, não teríamos tido a oportunidade de conhecer esses investidores. Esse evento é uma ponte para mostrar que o Paraná também pode exportar tecnologia e conhecimento para o mundo”, reforçou o CEO.

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4 COMENTÁRIOS

  1. O rico e mimado Secretário de Estado, que quando jovem tirou a vaga de um estudante carente na Casa do Estudante em Curitiba não foi chamado …..

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