O articulista politico Aroldo Murá conta que Dona Matilde da Luz não se conteve quando viu o Diário Oficial da Prefeitura, e tascou um comentário provocativo. “Será Natal que o prefeito Greca resolveu dar um presente para Construtora Dezembro!” A ilaibada servidora Matilde ficou “aparvalhada”. Tudo isso por constatar que a construtora Dezembro Mineração e Pavimentação Eireli ganhou sete dos 10 lotes da licitação de pavimentação de 30 quilômetros em Curitiba.
A criada em 2017, a empresa, com capital social de apenas R$ 707 mil poderá assumir, quando se concluir a licitação, um conjunto de obras no valor de R$ 26,661 milhões. Até o momento, a construtora é a primeira colocada em sete lotes da concorrência pública, cujo objeto é pavimentar pouco mais de 30 quilômetros em 10 regionais da cidade.
TRINTA QUILÔMETROS
O porte da empresa foi o que mais chamou a atenção da servidora Matilde da Luz. Caso a próxima etapa classifique a Dezembro como vencedora, a primeira indagação é como a empresa de capital social e patrimônio de R$ 707 mil terá condições de pagar os 5% de caução de cada obra? No total, a Dezembro fez lances no valor de R$ 26.661.908,81, sendo obrigada a dar uma caução de R$ 1.333.095, 45 como garantia pela execução da obra. O valor do seguro da obra é o dobro do valor do patrimônio da empresa.
SEGURADORA ENROLADA
Em contrato recente com a Secretaria Municipal de Obras Públicas, a construtora Dezembro deu como garantia para a prefeitura uma apólice de seguro de obras públicas, emitidas pela Berkley International Seguros do Brasil, no valor de quase R$ 200 mil. É a mesma seguradora que foi proibida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) de participar de licitações por estar inadimplente em outras licitações federais.
NO MINISTÉRIO PÚBLICO?
Ainda não foi batido o martelo sobre quais as restantes das empresas que farão a obra. O que dá tempo de a comissão de licitação verificar (pode ser via Google), que a sede da empresa fica na casa da proprietária da firma, Ana Vera Ziliotto Claudino. Ela mora no Condomínio Le Champ, no bairro Itália, uma região nobre de São José dos Pinhais. Com muita esperança e crença na boa índole dos servidores municipais, Dona Matilde acredita que haverá cuidado na licitação e que todas as dúvidas serão sanadas. Do contrário, ela já vaticina: “isto tudo vai acabar no Ministério Público”.
Enquanto isso, o ministério público fica em ritmo de “nana nenê”?
Uma empresa credenciada em tais circunstâncias é indicação política. Interesses de gente grande ou influente. Curitiba é isso aí, alguns ainda que duvidosos tem seus privilégios garantidos.
A máfia, caixa preta, seja lá o que for….