Prefeito vai mandar para o SBPC mutuários da Cohab-CTBA em atraso

O articulista polítco Aroldo Murá aponta que a alma cristã do atual prefeito Rafael Greca está em crise e ignorando as consequências econômicas causadas pela pandemia de coronavírus, penalizando os desempregados, já que a partir de setembro, a Cohab-CTBA pretende colocar os mutuários em atraso no SBPC, abrindo caminho para tirar o único teto de algumas famílias pobres.

A partir de setembro, a Companhia de Habitação de Curitiba (Cohab-CT) passa a contar com uma empresa para incluir os mutuários na lista de devedores junto ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Na última sexta-feira, 6, foi lançando o edital para contratar uma empresa que poderá negativar o nome de 850 mutuários por dia, deixando essas famílias com nomes sujos na praça.

Observe: 850 mutuários por dia…, sem dó nem piedade, sem considerar que a grande maioria dessas famílias inadimplentes é composta de desempregados e/ou vítimas econômicas deste tempo de covid. Como bem observou pastor Joel M. da Luz, de uma microigreja da RMC, com seu olhar crítico em torno do alcaide: – E olha que o Rafael Valdomiro Greca de Macedo se proclama cristão. E se diz em comunhão com o Papa Franjcisco…

Uma fonte da Cúria Metropolitana de Curitiba, que pede anonimato, assim se manifestou quando soube da drástica medida: – Nós trabalhamos na Pastoral do Povo da Rua. Isso significa que nossos assistidos só tendem a ampliar-se, pois o despejo dessas famílias será consequência lógica da negativação de seu nomes.

Após pedido do presidente da Cohab, José Lupion Neto, o prefeito Rafael Valdomiro Greca de Macedo autorizou colocar os mutuários no prego, contrariando a missão da Cohab que é de responsabilidade social e assistência aos mais pobres. Será que responsabilidade social é realidade que o católico Greca e o presbiteriano José Lupion Neto algum dia viveram?

A medida vai afetar cerca de 30% dos mutuários que estão com prestações atrasadas, decorrente, em sua maioria, por causa do desemprego que atingiu diversas famílias durante o período de pandemia. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o desemprego afetou a 9,8% da população paranaense e também dos curitibanos. O desemprego e a redução dos salários pagos no mercado não demoveram o prefeito a vetar o pedido do presidente da Cohab.

Greca mandou que fosse feito o aperto, cuidando-se, apenas, com os cuidados legais. A preocupação é que o serviço seja prestado de tal forma que nem o Ministério Público ou ações da bancada da oposição possam derrubar tal medida. É o raciocínio dos velhos políticos: “Se é legal, por que se importar se é ou não moral e ético?” Palavra de Greca.

Para tornar o serviço mais eficaz, a empresa poderá fazer consultas simples, que levam em conta os cadastros normais do devedor, bem como consultas financeiras que apuram o passado financeiro do mutuário e como anda o nome do mesmo na praça. Identificado o devedor, será encaminhada uma carta comum ao mutuário, dando prazo para regularização. Não haverá busca do devedor. Então caso a carta não chegue, o problema será do mutuário, pois o nome já será incluso no SCPC.

INCOERÊNCIAS

A medida de negativar os mutuários acontece ao mesmo tempo que a Cohab se prepara para receber uma grande quantia financeira para projetos habitacionais vindos do Ministério do Desenvolvimento Regional. Serão repassados, por meio da Caixa Econômica, R$ 46 milhões, sendo que deste valor há R$ 13,3 milhões em contrapartida do município.

Como diz um velho vereador: o prefeito prefere ficar pertos dos bancos e queimar o maior patrimônio de uma pessoa pobre: . “Quem é pobre tem somente um patrimônio que é seu CPF. Ao pôr todo mundo no prego, o prefeito somente vai aumentar a crise para quem já está sofrendo”. “Será que e a Câmara Municipal continuará genuflexa às artimanhas do alcaide, reveladas pós reeleição”, indaga um líder do PSD, usando a mesma indagação que recolho de um político do NOVO.