A canção “Estanque de Tormentas” composta pelas poetas Suzana Cano, Monica Berger, Sergio Viralobos e pelo compositor Luiz Antonio Ferreira ganha vida no videoclipe inédito, dirigido por Rapha Moraes. A história do amor “represado” em tempos de isolamento social conta com participações especiais da artista paraguaia Maria Paraguaya, da pianista Lilian Nakahodo e das musicistas da Orquestra de Câmara Carla Zago, Fer Koppe, Bruna Buschle e do violão flamenco solo de Jony Gonçalves com coreografia de Miri “Perlita” Galeano.
A inspiração da canção tem múltiplas referências da literatura e da música, como a poesia de Federico Garcia Lorca e as performances de Camarón de La Isla, o histórico artista do flamenco. Mas, as referências não param por aí, como menciona Sergio: “São muitos elementos, muitas citações subliminares. A inspiração do isolamento proporcionado pela pandemia e da fúria de uma paixão cigana com pitadas do drama “Gota D`Água”, de Chico Buarque e Paulo Pontes.”
Sangue, areia, espuma, ciúme, vingança, perseguição, fuga, tudo gira em torno da música que é onde tudo começa, daí a dança e a guitarra flamenca, castanholas, palmas, sapateados e tudo levando a uma mistura que deságua no universo pop da banda/projeto ESTACAS. A ideia é misturar tudo isso com a música pop, acústica, sem ser, necessariamente, uma canção flamenca. Afinal, ESTACAS é um projeto de compositores de música pop, mas que se propõe tratar com o devido respeito a cultura cigana e a história da música flamenca.
As imagens do litoral paranaense mescladas a momentos da dança flamenca coreografada pela grande artista Miri “Perlita” Galeano ao som de Jony Gonçalves, “levam” o espectador para um lugar onde predomina a força das paixões e da beleza e, ao mesmo tempo, em que é preciso lidar com o peso da solidão. Sobre as imagens, o diretor Rapha explica como foi recriar essa atmosfera:
“Quando o roteiro chegou até mim ele era uma história com mais linearidade e sentido racional, com começo, meio e fim. Ouvindo a música e absorvendo o que os artistas me passaram, propus desconstruirmos a linearidade do roteiro em busca de uma imersão mais sensorial das imagens. Para que conseguíssemos passar para o espectador a força do sentimento da canção em uma linguagem mais metafórica e subjetiva.
Esse olhar sensível, delicado e baseado na fotografia foi o que me inspirou como diretor e diretor de fotografia do projeto, tanto nas imagens externas quanto internas.
Algo que desde o início também me provocou foi a vontade de trabalhar em P&B com desenhos de luz muito bem definidos nas cenas internas, desconfigurando uma gravação em estúdio. Os desenhos de luz mais dramáticos contribuíram para que as cenas internas e externas tivessem um diálogo maior entre elas ao invés de uma sensação de separação.
A locação da praia foi muito bem escolhida pelo Ferreira e Sérgio. Ela nos deu o cenário bucólico, que é característico do litoral paranaense em um dia nublado, entre barcos de pesca e aves marítimas”.
A força dessa canção, para o compositor Luiz Ferreira, está nessa junção de múltiplas referências e talentos artísticos e principalmente, na capacidade que o videoclipe tem de se conectar com quem assiste, evocando os sentimentos que a maioria das pessoas teve durante o contexto da pandemia.
“As imagens ficaram lindas, elevaram a canção a um patamar ainda mais refinado. Sabia que o Rapha faria algo de grande sensibilidade e bom gosto”.
SERVIÇO:
Estreia do videoclipe – 24 de junho no Canal da Banda Estacas no Youtube e também no site da rádio Transamérica Light FM Curitiba 95,1