Generosidade do alcaide para os ônibus não tem limite

O articulista político Aroldo Murá informa que nada muda a política do prefeito Rafael Valdomiro Greca de Macedo de favorecimento aos donos das empresas do transporte público. Valendo-se de reajustes acumulados no combustível e a justificativa do custo de mão de obra, o prefeito corroborou a ata do presidente da Urbs, Ogeny Maia, e concedeu reajustes de mais de 30% para o quilômetro rodado as empresas de ônibus, que foram majorados retroativos a 1 de maio último.

Os reajustes do quilômetro rodado variaram de 30,43% a 36,95%, de acordo a cada lote, superando a inflação acumulada de maio de 2020 a maio de 2021. Segundo o IBGE, a inflação acumulada no período foi de 8,06%, medida via IPCA. E de acordo com a Associação Nacional de Empresas do Transporte Urbano (NTU), que engloba todas as concessionárias de transporte coletivo, a inflação acumulada no período foi de 9,65%, muito inferior ao que Greca deu às famílias do transporte coletivo.

EQUILIBRANDO CONTAS?

Os reajustes ao consórcio Pontual (detentor do lote 1), ao consórcio Transbus (lote 2), e o consórcio Pioneiro (lote 3) acontecem pouco depois do presidente da Urbs, Ogeny Maia, ir à Câmara Municipal de Curitiba e falar que os últimos aportes da Prefeitura para as empresas de transportes, que somam mais de R$ 120 milhões, haviam equilibrado as contas do setor.

Ainda que tenha sido questionado, Ogeny Maia não antecipou aos vereadores sobre a necessidade de dar tamanho reajuste sobre o quilômetro rodado. Não sem razão, o Ministério Público do Paraná (MP-PR)quer a suspensão desse contrato do transporte coletivo, cheio de suspeita.

Nas investigações feitas pela Operação Riquixá há forte indícios de favorecimento ao atual grupo de empresas que operam em Curitiba. Enquanto o processo é lento no Judiciário, Greca aproveita para manter o bom relacionamento com as famílias de ônibus, em especial com a Gulin, que quase monopoliza este setor.