A portal de imprensa do Sismuc conta que o Tribunal de Contas do Paraná (TC-PR), por meio da coordenadoria de auditorias, identificou irregularidades na gestão da UPA da CIC, em um documento de mais de 9 mil páginas. Os técnicos do tribunal observaram problemas como o superfaturamento, direcionamento na licitação, ausência de recolhimento de tributos, problemas de gestão e beneficiamento de grupos ligados a políticos.
Em 2018, o Instituto Nacional de Ciências da Saúde (INCS), uma Organização Social (OS), foi contratada pela Prefeitura de Curitiba para “gerir” a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) CIC. O processo na época mostrava que a contratação de OS poderia facilitar a corrupção, além de precarizar as condições de trabalho e o atendimento à população.
O INCS, que já estava sendo investigado na época em São Paulo por indícios de simulação nos processos de licitação, agora é investigado em Curitiba por favorecimento da Prefeitura em relação à empresa durante o processo licitatório. Durante a licitação, outra empresa que possuía um valor mais caro, porém, justificado pela qualidade que apresentava foi excluída do processo, favorecendo o INCS.
O INCS resolveu quarteirizar os serviços de contratação de funcionários para uma outra empresa, a chamada ATMED. Esta empresa surgiu menos de um mês antes de ser contratada pelo INCS. Entre os acionistas da ATMED está Thiago Gayer Madureira, doador de campanha de Pier Petruzziello, líder de Rafael Greca na Câmara Municipal de Curitiba e defensor da terceirização.
A ATMED foi a única empresa a participar do processo de licitação que garantiu à empresa o valor de mais de R$ 690 mil reais por mês.
Essa não é a primeira vez que o nome de Píer e Thiago aparecem juntos. Ainda na UPA CIC, o INCS já havia contratado a HYGEA, outra empresa de Thiago Gayer Madureira, para prestar serviços de forma quarteirizada. A HYGEA também está sendo investigada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro no escândalo do IABAS.
O valor da hora de cada profissional deveria ser pago na totalidade para os médicos contratados da empresa. Porém, a apuração do TC mostrou que os trabalhadores só receberam cerca de 48% do valor. O restante fica para a ATMED. De acordo com o TC, em seis meses a ATMED deveria ter repassado mais de R$ 13 milhões em pagamentos, porém, a empresa embolsou mais de R$ 4 milhões do valor previsto em apenas dois anos.
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