Aroldo Murá informa que quando o escritor Nilson Monteiro lançou há 2 anos livro com a história da Biblioteca Pública do Paraná (BPP), este site o questionou sobre a oportunidade que tivera de ouvir alguns nomes indissociáveis da vida da Biblioteca.
Narrei, na ocasião, a Nilson, alguns momentos muito significativos da Biblioteca, lembrando-lhe, por exemplo, que o professor Luiz Gonzaga Paul e Nancy Westphalen Correa, ex-dirigentes da BPP, são guardadores de momentos únicos da instituição. Eram tempos em que os chamados ônibus-biblioteca percorriam os bairros, carregando caixotes de livros que eram emprestados à comunidades.
Para época, uma grande evolução, depois que a BPP passou anos espremida em salas do Colégio Estadual do Paraná (CEP) à espera da sede atual.
Mas há antigos freqüentadores – e ex-funcionários da BPP – que lembram realidades curiosas da existência da Biblioteca Pública do Paraná, já em seu edifício novo (inaugurado em 1953). Uma delas, ter sido sede da primeira cinemateca de Curitiba; e também ter sediado o Teatro do Estudante do Paraná.
Uma dessas “realidades” mais curiosas era o chamado “cemitério” que o bibliotecário Ângelo Antonio Dallegrave depositiva em sala a qual só ele tinha acesso. Lá ficavam depositadas as obras que a critério do bom Dallegrave – no entanto, um censor nato -, considerava que “ofendiam à fé cristã”.
Dallegrave tinha seu próprio index “librorum prohibitórum”, só eliminado, se não me engano, já no fim do governo Ney Braga.
PRIMEIRO JORNAL
Para mim, a Seção Infanto Juvenil da BPP, comandada pela insubstituível Germana Moreira, foi marco em minha vida: lá fundei com amigos, e dirigi, o jornal mimeografado A Voz da Biblioteca, em 1954. Será que ainda existe exemplar do jornalzinho, meu primeiro exercício de jornalismo? Um dos “jornalistas” do veículo foi o depois médico Marcos Kleiner (in memoriam). Na BPP, aos sábados à tarde, fazíamos exercícios de discussões culturais no Centro Liberal de Cultura. Nos anos 1955/56.