Um depoimento no Facebook de Verônica Pires mostra que os protocolos de atendimento da covid-19 precisam ser revistos em Curitiba, faltam médicos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do Pinheirinho, um dos maiores da cidade:
“Essa é a minha mãe, no chão da UPA Pinheirinho, depois de 07 horas aguardando atendimento, mesmo sendo COVID-19 positiva e estando com 39,2ºC de febre… Isso aconteceu na segunda, 22/02, nós chegamos às 13h30. A UPA estava lotada, tanto de pessoas irresponsáveis que não entendem quais atendimentos são de urgência quanto de pessoas realmente muito graves. Fui informada que tinha apenas uma médica para prestar atendimento aos casos de COVID.
Em diversos momentos eu indaguei sobre quando atenderiam a minha mãe, já que vi pacientes que chegaram depois dela e que não eram idosos ou que tinham queixas inferiores, serem chamados antes dela, que estava com muita dor, tossindo muito e queimando de febre.
Próximo das 18h30 presenciei a médica chamar uma moça que se queixava de dor de garganta para o atendimento, e novamente fui questionar, sendo chamada a Guarda Municipal para controlar a minha exaltação, que nada mais era que desespero de ver a minha mãe daquele jeito.
Logo na sequência a médica foi até a recepção, e depois disso não atendeu mais ninguém até que concluiu o seu plantão às 19h. Em mais um dos meus questionamentos, somente às 20h20, fui informada que o cadastro da minha mãe foi finalizado às 18h34 pela médica, alegando que a chamou mas ela não estava mais presente. Minha mãe estava esperando e sequer estava na fila.
Coincidência ou não, o mesmo aconteceu com um rapaz que também era COVID-19 positivo. Se não bastasse isso, minha mãe teria que fazer um raio-x do tórax no Hospital do Idoso, precisando de deslocamento via ambulância. O serviço de deslocamento da UPA não a levou, já que ela era positiva, sendo aberta uma solicitação para o SAMU.
Depois de mais de 12h aguardando a ambulância, fomos informados pelos profissionais da UPA que o SAMU estava recusando o transporte pq a minha mãe era COVID positiva. Coincidência ou não, alguns dias antes, meu pai esperou mais de 07 horas por uma ambulância do SAMU fazer a sua transferência para o hospital.
Hoje meu pai está intubado na UTI e a minha mãe internada, ambos com comprometimento pulmonar devido à COVID-19. E aí eu me pergunto, será que essas muitas horas de espera impactaram na evolução da doença?
É esse o atendimento que a Prefeitura de Curitiba oferece aos usuários do SUS, durante uma pandemia como esta. Se não bastasse a quantidade de pacientes graves colapsando o atendimento, ainda podemos contar com o “bom caráter e ética” de alguns profissionais que sucumbem ao sistema.”
A Prefeitura de Curitiba enviou uma nota para justificar o ocorrido.
Paciente procurou pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Pinheirinho no dia (22/2), foi acolhida recebeu atendimento e assistência médica e de enfermagem durante o período que permaneceu na UPA.
Paciente ficou em observação e aguardando exames complementares até a manhã do dia 23, quando houve a alta administrativa da UPA.
Equipe médica conversou com a família e a paciente, que mesmo contra a recomendação médica optou pela alta por evasão.