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domingo, dezembro 22, 2024
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“Anvisa esperneia, faz discurso, mas já entendeu o recado”, diz líder do governo

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O Congresso em Foco informa que a Câmara deve votar nesta semana a MP 1026/2021, que flexibiliza regras para aprovação emergencial de vacinas contra a covid-19 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A análise do texto estava prevista para a última quinta-feira (18), mas a sessão foi cancelada e a discussão adiada devido à prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ). De acordo com o líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR), a aprovação da MP é prioridade do Planalto nesta semana. Ele conta que a versão final do texto foi bem articulada e não deve ter grandes dificuldades de passar em plenário.

Depois de pressionar dirigentes da Anvisa para liberação de vacinas, o líder do governo disse ao Congresso em Foco que a agência “esperneia, faz discurso, mas já entendeu o recado”, em referência às negociações para acelerar o processo de aprovação de imunizantes. Ministro da Saúde no governo Michel Temer, Ricardo Barros tem, desde o início do mês, cobrado mais celeridade por parte da Anvisa. Ele chegou a dizer que iria “enquadrar” a autarquia.

SERIAM 10 DIAS

Em dezembro, a Anvisa anunciou que os pedidos de uso emergencial de vacinas já aprovadas por autoridades sanitárias estrangeiras seriam analisados em até dez dias.

Porém, com o avanço da pandemia e a alta de casos após as festas de fim de ano, cresceu ainda mais pressão pela imunização. Na versão aprovada no início do mês da chamada MP 1003/2021 (“MP da vacina”), que incluiu o Brasil na aliança global Covax Facility, os congressistas fixaram um prazo menor, de cinco dias úteis. “Eu vou tomar providências, vou agir contra a falta de percepção da Anvisa sobre o momento de emergência que nós vivemos. O problema não está na Saúde, está na Anvisa. Nós vamos enquadrar”, afirmou Barros em 4 de fevereiro à CNN Brasil.

FEZ AMEAÇA

A Anvisa reagiu, sugeriu ao presidente Jair Bolsonaro veto ao prazo de cinco dias e ameaçou ir ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para a agência, a regra impõe a aprovação de vacinas “sem a prévia análise técnica de segurança, qualidade e eficácia”. Ou seja, a norma retiraria o papel técnico de análise da Anvisa, delegando à agência uma “função cartorial”. Bolsonaro tem até 1º de março para decidir se sanciona o texto com ou sem vetos.

Em meio aos atritos, na negociação do texto final da MP 1026, relatado pelo deputado Pedro Westphalen (PP-RS) e a ser votado nesta semana, foi acordado um prazo intermediário de sete dias úteis.

De acordo com o líder do governo, a própria Anvisa já entendeu o recado ao anunciar nos últimos dias outras mudanças que simplificam e aceleram a aprovação das vacinas.

MANTER COERÊNCIA

“Agora, começou com aquele discurso e está tentando manter uma coerência”, disse o líder sobre o prazo intermediário acordado.

A MP também prevê dispensa de licitação na compra de equipamentos e insumos necessários para a vacinação e autoriza a iniciativa privada a comprar, distribuir e administrar vacinas aprovadas pela Anvisa, desde que:

– metade das doses adquiridas vá para o SUS;

– cumpram as regras do Plano Nacional de Imunização;

– realizem o controle diário de doses administradas e

disponibilize os dados ao Ministério da Saúde;

– atendam as orientações da Anvisa e do Ministério da Saúde quanto à rastreabilidade dos imunobiológicos adquiridos e aplicados na população;

– sejam observadas as determinações dos gestores estaduais, municipais ou distritais, no que couber.

Pelo texto, o setor privado não precisa mais ofertar metade das doses ao SUS quando todos dos grupos prioritários estiverem imunizados. A MP também amplia a lista de autoridades sanitárias estrangeiras incluídas no processo de liberação emergencial de vacinas.

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