O colunista Aroldo Murá conta que foi estimulante ler a apreciação que o jornalista Tupan fez sobre a já visível “corrida partidária” com vistas a indicarem nomes para eventual vice de Carlos Massa Ratinho Junior nas eleições de 2022.
A confortável posição em que se encontra o governador na opinião pública do Estado, só fortaleceria essa preocupação em que se envolvem quase todos os partidos com importância na vida pública paranaense, afora aqueles – claro – com nítida coloração oposicionista, como PT, PSOL, PDT…
Ainda me mantenho, no entanto, sob o olhar tradicional, de que não se deve mexer em equipe vencedora. No caso, a equipe vencedora inclui necessariamente o cavalheiro Darci Piana, alguém nascido e criado sob o clima da boa política, desde sua mocidade no Rio Grande e depois no Oeste do Paraná e, também, no comando de instituições do sistema S, como a Fecomércio.
Como oportuna ressalva a Piana, bons avaliadores do seu entorno no Governo e Federação do Comercio não se fazem de rogado. Dizem em voz clara que o que “pode comprometer Darci Piana é parte de uma frágil assessoria que o cerca”.
Acho que posso acrescentar: Piana, um “gentleman”, probo acima de qualquer suspeita, é influenciado em certos momentos por alguns tipos humanos que, “empachados de si mesmos”, loquazes e gongóricos, cercam-no de salamaleques. E acabam exercendo influência em sua decisões finais.
As vozes que reclamam de tais “luas pretas” estão nos partidos, na ALEP, em sindicatos do comércio, na Federação… é só procurá-las.
EXEMPLAR LEALDADE
Afora essas incertas presenças, Piana tem inúmeros méritos a seu favor. O mais forte deles, acredito, a lealdade e sabedoria com que se colocou ao lado de Ratinho Junior, desde antes da campanha eleitoral.
Não teve dificuldades, habilidoso e com expressivo portfólio pessoal, de “dar um chega pra lá” em outros nomes que disputavam com ele a posição de vice. Um deles, Luiz Campagnolo, que então presidia a FIEP-PR.
Faço este exame , pois, sem preconceito, nada devendo a Piana senão agradecimentos às palavras de fidalgo reconhecimento à minha obra jornalística e de autor do livro “Vozes do Paraná”, que ele fez no lançamento do volume 11, em 2018.
Claro que agora, hora de colheita de frutos, não faltarão os que se apressam em postar-se à “disposição” para concorrer a vice. Ratinho, jovem mas bem montado administrativa e psicologicamente, sabe que a hora em que o Brasil vive ( e tende a se ampliar), é de escolher gente prudente como serpentes. E simples como as pombas, tal como sugere o Evangelho (tradução da Vulgata: “Estote ergo prudentes sicut serpentes et símplices sicut columbae.”