O G1 Paraná e a RPC Cascavel informam que a Polícia Civil indiciou um vereador de Cascavel, no oeste do Paraná, e dois ex-assessores pelos crimes de estelionato, associação criminosa e concussão, quando um funcionário público usa do cargo para se beneficiar, em uma investigação que apura um esquema para furar a fila do Sistema Único de Saúde (SUS).
O inquérito foi concluído na quinta-feira (24) e encaminhado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), que poderá ou não apresentar denúncia à Justiça.
O vereador Jorge Bocasanta (Patriota), que também é médico, e os ex-assessores Jeovane José Machado, conhecido como Ganso Sem Limites, e Izaqueu da Silva são suspeitos de receber dinheiro de pacientes que aguardam cirurgia na fila do SUS para agilizar a realização dos procedimentos.
O G1 tenta contato com as defesas dos envolvidos.
De acordo com a Polícia Civil, Jeovane Machado, que é ex-vereador na cidade, responderá também por coação no curso do processo. Ele foi preso em 15 de dezembro suspeito de coagir testemunhas da investigação.
O suspeitos podem ser condenados até 25 anos de prisão em caso de pena máxima, informou a polícia.
Na conclusão do inquérito, o delegado Rogerson Salgado, responsável pelo caso, afirmou que é evidente a intenção e consciência dos envolvidos na prática dos crimes.
Além da cobrança de valores indevidos, os indiciados também operavam com a troca de favores políticos, segundo o delegado.
Uma testemunha também foi indiciada no processo. Ela responderá por falso testemunho, o crime de mentir para a polícia em depoimento, com pena máxima de quatro anos.
Entenda o caso
A investigação começou em agosto deste ano, quando a Polícia Civil prendeu o ex-assessor Izaqueu da Silva em flagrante.
Na ocasião, a polícia o encontrou com R$ 1 mil que foram entregues por uma mulher que passou por cirurgia com o médico e vereador Jorge Bocasanta pelo SUS.
Silva trabalhava como assessor do parlamentar na Câmara de Vereadores, assim como Jeovane José Machado, e foi exonerado após a prisão.
Jeovane permanece detido, enquanto o vereador Jorge Bocasanta e o ex-assessor Izaqueu estão em liberdade.
Conforme o documento da conclusão do inquérito, a associação funcionava com divisão de tarefas, sendo Jorge Bocasanta o responsável pela realização da cirurgia, e Izaqueu e Jeovane os responsáveis pelo contato com pacientes e familiares e pela cobrança indevida.
Ainda segundo o documento, os indiciados também fraudaram documentos e prontuários médicos.