Após bater recorde do ano em movimentação de mercadorias já em 30 de novembro, com 53,3 milhões de toneladas, os portos paranaenses deverão registrar mais de 4 milhões de toneladas em dezembro. Há otimismo entre as empresas portuárias porque com o resultado do último mês, 2020 fechará com um total de mais de 57 milhões de toneladas. O volume, que consolida a marca histórica deste ano, é 9% maior que o de 2019, que também havia sido recorde.
Diferentes setores que exportam ou importam produtos via Paranaguá e Antonina, manifestam expectativas positivas. “Apesar de difícil, 2020 foi um ano bom para as operações portuárias. Tivemos alta na movimentação de açúcar, soja, óleo vegetal, derivado de petróleo, contêineres e fertilizantes”, conta Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente da empresa pública Portos do Paraná.
Somente na exportação de açúcar a alta já soma 70%. Os dados de novembro não estão consolidados, mas mais de 3,6 milhões de toneladas do produto deixaram o Brasil pelo porto de Paranaguá. “Ultrapassamos nosso recorde interno de exportação de açúcar. Foi um momento delicado, que exigiu criatividade para proteger e prestar apoio aos nossos colaboradores”, destacou o diretor da Pasa, Pérsio Souza de Assis.
Os granéis sólidos de exportação, puxados pela soja em grão e farelo, continuam com o mercado aquecido. Os principais produtos movimentados no Paraná já acumulam crescimento superior a 40% no ano. “O Brasil tem responsabilidade enorme de continuar alimentando o mundo de forma segura e responsável e o Porto de Paranaguá tem um papel fundamental nesse sentido. Foram recordes atrás de recordes, seja de eficiência de berço, do Corredor de Exportação, maiores movimentações. Isso tudo é fruto do trabalho conjunto da iniciativa privada e setor público”, lembra André Maragliano, diretor da Associação dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá (Atexp).
IMPORTAÇÃO – Na importação, a expectativa é de retomada e aumento de negócios. “O porto reforça seu papel em momentos delicados como este que estamos vivendo. Acreditamos que uma gestão com um olhar de cuidado e solidariedade faz toda a diferença e o reconhecimento do mercado é resultado deste tipo de prática”, avalia Rivadávia Simão, presidente da Associação dos Operadores Portuários de Granéis Sólidos de Importação do Porto de Paranaguá (Agrasip).
O sentimento é compartilhado pelas empresas que movimentam granéis líquidos. O setor espera fechar 2020 com alta de 10% na comparação com 2019. “Apesar da dificuldade que a pandemia impôs para o mercado, juntos demonstramos que somos muito mais fortes”, disse Lucas Cézar Guzen, gerente comercial Cattalini.
O transporte por contêineres, que foi afetado mundialmente, conseguiu crescer no Paraná. “Mesmo com o cenário de pandemia, atingimos excelentes resultados, batemos diversos recordes de movimentação e chegamos à marca de 6,9 milhões toneladas de cargas movimentadas em contêineres. Esse volume corresponde a movimentação total de mais de 810 mil TEUs até o mês de outubro, um crescimento de 5,9% em relação ao volume de 2019”, revela o diretor comercial do TCP, Thomas Lima.
NAVIOS – A quantidade de navios recebidos no ano também se aproxima da marca histórica. De janeiro a novembro, foram 2.254 atracações. No ano passado, em doze meses, foram 2.402. Para isso, o trabalho das agências marítimas e da praticagem foi essencial.
“O Porto de Paranaguá tem um grande diferencial, que é a integração e parceria entre a administração dos portos e a comunidade portuária. Todos contribuíram para que regulamentos, regras, protocolos e procedimentos fossem adotados e cumpridos”, avalia o presidente do Sindicato das Agências Marítimas do Paraná, Argyrys Ikonomou.
“Desde o início de 2019, a praticagem desenvolve um trabalho interno para fazer o melhor uso possível das marés. A intenção é otimizar as janelas operacionais, que permitem as manobras de navios. Este algoritmo é aprimorado constantemente e acredito que tenha contribuído para o desempenho de 2020”, conta Felipe Mattos, diretor administrativo da Paranaguá Pilots.
ANTONINA – No porto de Antonina, os principais produtos movimentados foram o farelo de soja, açúcar e fertilizante. “Os portos paranaenses vêm contribuindo, há muito tempo, com a balança comercial do país. Estamos otimistas com 2020 e acreditamos que resultados ainda melhores serão alcançados”, avalia o diretor administrativo-financeiro do TPPF, Alex Sandro de Ávila.