Ivan Santos conta no Bem Paraná que mais de 557 mil eleitores de Curitiba deixaram de votar para vereador nas eleições do último dia 15. Esse número é a soma dos eleitores que não compareceram às urnas, votaram em branco ou anularam o voto para a Câmara Municipal, o equivalente a 41% do eleitorado da Capital paranaense. E representa um aumento de 36,54% em relação à soma das abstenções, votos brancos e nulos para o Legislativo registrado em 2016. Considerando o quociente eleitoral, que define quantas cadeiras cada partido tem direito, se o chamado ‘não voto’ fosse depositado em uma única legenda, ela teria eleito 26 dos 38 vereadores da cidade.
Ao todo, 1.349.888 eleitores de Curitiba estavam aptos a votar nas eleições deste ano. Desses, 407.421 não apareceram para votar. Outros 83.465, ou 8,85% votaram em branco na eleição para vereador. E 66.682, ou 7,08% anularam o voto para a Câmara. Há quatro anos, a abstenção tinha sido de 211.952 eleitores, os votos brancos foram 91.034 ou 8,45%, e os nulos 105.349, ou 9,78%, um total de 408.335 votos. Este ano, de cada dez eleitores da cidade, quatro não quiseram votar ou não escolheram nenhum dos mais de 1500 candidatos a vereador na capital.
Vagas
O resultado se refletiu diretamente no chamado “quociente eleitoral”. Ele é calculado pelo número de votos válidos efetivamente dados nas urnas – descontados os brancos e nulos, que são votos inválidos – dividido por 38, que é o número de cadeiras na Casa.
Há quatro anos, a composição da Câmara Municipal foi definida com 880.869 votos válidos, que é o número de eleitores que compareceram, descontados os votos brancos e os anulados. Neste ano, foram 788.263 – 10% a menos que na última eleição. Ou seja, as vagas na Câmara foram definidas por 92,6 mil pessoas a menos, conforme informações da assessoria da Casa.
Com isso, o quociente eleitoral foi o mais baixo do século. Isso significa que, nas eleições deste ano, os partidos precisavam de 20.744 votos para conquistar uma vaga no Legislativo municipal, contra 23,1 mil necessários em 2016.
Portanto, caso os 557.568 que se abstiveram de votar, anularam ou votaram em branco na eleição da Câmara votassem em um único partido, essa sigla teria eleito 26 vereadores, ou mais de 68% das cadeiras da Casa.