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terça-feira, novembro 19, 2024
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InícioPolítica Nacional2020-2022: em busca do centro político

2020-2022: em busca do centro político

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Catarina Rochamonte

O grande vitorioso do primeiro turno dessas eleições foi o centro

PT, Lula e Bolsonaro foram fragorosamente derrotados no primeiro turno destas eleições de 2020. O PT pode recuperar-se um pouco no segundo turno, com a provável vitória de Marília Arraes em Recife, mas Lula, politicamente, acabou. Antigamente elegia qualquer poste, hoje mais atrapalha do que ajuda. Se conseguir driblar a Justiça e candidatar-se a presidente em 2022 será péssimo para o PT, em particular, e para a esquerda, em geral.

Na esquerda, aliás, a principal referência partidária passa a ser o PSOL, que pode vencer em Belém, com Edmilson Rodrigues. Mesmo que Guilherme Boulos não seja eleito em São Paulo, sua passagem para o segundo turno já o transformou na nova estrela vermelha. Memes da internet dão conta que os paulistanos têm duas opções: ficar em casa ou ficar sem casa.

Primeiro debate do 2º turno entre Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL), que se enfrentam pela Prefeitura de São Paulo. O encontro foi feito pela CNN Reprodução CNN Brasil youtubeSe o declínio do ex-presidente Lula tem sido exaustivamente longo, o encolhimento de Bolsonaro é surpreendentemente precoce. O apoio do presidente derrotou candidatos no primeiro turno e está atrapalhando candidatos no segundo.

Bolsonaro abandonou sua fiel base ideológica para jogar-se nos braços do volúvel centrão que, com os resultados eleitorais do primeiro turno, já o olha torto. A derrota do amigo Donald Tump nos EUA desnorteou ainda mais o presidente brasileiro. Se ele continuar no rumo do desatino e da irresponsabilidade é possível que não chegue sequer ao fim do mandato. No momento, tornou-se um estorvo para a direita mais ponderada.

O grande vitorioso do primeiro turno dessas eleições foi o centro. Não o centrão fisiológico, mas o centro ideológico. Eleitores preocuparam-se em fugir dos extremos, independentemente do partido dos candidatos. A maioria dos votos foi para centro-direita ou centro-esquerda.

Esse centro ideológico está sem referência em âmbito nacional, e pretensos candidatos a presidente tentam ocupar o espaço. Mas o centro é um ponto de equilíbrio, e xingar o adversário de fascista não credencia ninguém a estar lá.

Catarina Rochamonte é doutora em filosofia, autora do livro ‘Um olhar liberal conservador sobre os dias atuais’ e presidente do Instituto Liberal do Nordeste (ILIN).

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