O IBOPE consultou 600 pessoas e descobriu a “preferência” dos eleitores curitibanos. Pronto, eleição resolvida. É isto? Creio que não. As pesquisas eleitorais têm servido para antecipar preferências, contando com o péssimo hábito cultural dos brasileiros de não “desperdiçarem” os seus votos, escolhendo não por suas simpatias ou convicções mas pela chance ou não de vencer.
A palavra “aposta” é muito usada, o que traduz a fragilidade da consciência democrática do eleitor em geral. “Apostei nele ou nela e me dei mal”, dizem, sem saber que em um processo eleitoral, ideias são debatidas, nomes são apresentados para a sociedade e futuros são traçados, garantindo a renovação necessária dos agentes públicos que representam a vontade e os anseios da população.
Se, o tempo todo, seguirmos o que o IBOPE diz – ao consultar 600 pessoas em um universo de 1,3 milhão de eleitores – e assim entregarmos as chaves da administração municipal para os que aparecem na frente do processo naquele momento – e para aquelas 600 pessoas – prestamos um desserviço a nós mesmos. Sem perceber. Tudo, na busca da “aposta” certa.
Deem uma oportunidade para a mudança, observando os currículos, o perfil e as propostas dos candidatos e candidatas. Se não perdermos um pouco de tempo com isso agora, poderemos lamentar quatro anos. Até não nos importarmos de novo na próxima eleição. Isso parece sensato? Creio que não.
Pesquisa mais fora da realidade dos últimos 50 anos.
No dia da eleição em 2018 o Requião estava eleito, segundo o Ibope. No final da apuração os eleitos para o Senado eram Oriovisto e o Flávio Arns. Requião foi para casa. Não acredito no Ibope porque não é confiável.