Professor Lafaiete Neves
Na segunda-feira foi votado o pedido de urgência do prefeito Rafael Greca para autorizá-lo a “fazer uma doação de milhões de reais”, segundo o presidente da URBS, para “socorrer as empresas do transporte” coletivo de Curitiba. Segundo dirigente do sindicato das empresas de transporte coletivo, o Setransp, estão acumulando um prejuízo de R$ 47 milhões nos últimos 30 dias, em decorrência da queda do número de passageiros por conta do Covid-19.
O prefeito Rafael Greca declarou à rede CNN que reservou do orçamento de Curitiba R$ 500 milhões para gastos emergenciais, sendo R$ 300 milhões para a saúde e R$ 200 milhões para outras emergências, citando apenas as empresas do transporte coletivo de Curitiba.
Enviou projeto para socorrer apenas a essas empresas, sem definir o montante. Sequer se preocupou com milhares de pequenos e médios empresários, desempregados, autônomos, trabalhadores dos aplicativos, de táxis que fazem o transporte público também.
“O mais grave quer desviar dinheiro público com o seu voto é doar a meia dúzia de famílias milionárias”, que há mais de 54 anos exploram, sem concorrência, o transporte coletivo de Curitiba.
Em contrato prorrogável por mais 25 anos com aquela escandalosa e fraudulenta licitação de 2010, condenada por uma CPI dessa Câmara Municipal, com o voto de muitos dos senhores que se reelegeram.
Esses empresários continuam explorando os usuários com a tarifa mais cara do Brasil – na tarifa técnica recebida pelos empresários via URBS de R$ 5,21 e com os *R$50 milhões doados pelo prefeito Greca em 2019*, a URBS cobra dos usuários R$ 4,50.
Agora nem subsídio é. E sim doação que não abaterá no valor da tarifa. Esse dinheiro do orçamento reservado pelo prefeito deve ser usado, exclusivamente para a área de saúde no combate à grave epidemia do coronavírus, que está infectando e matando centenas de pessoas em nossa cidade e milhares de pessoas em todo o mundo.
Quem está se expondo na linha de frente na luta para salvar vidas são os trabalhadores da saúde que precisam de equipamentos nos leitos e de proteção pessoal para evitarem a contaminação em seus locais de trabalho.
Ainda é possível os senhores não aceitarem as chantagens do prefeito e nem aproveitarem por ser ano eleitoral: votem contra esse deplorável projeto de lei de desvio de recursos públicos para a iniciativa privada.
Se os empresários de todos os ramos das atividades econômicas estão tendo prejuízos nesse momento de grave crise, qual a justificativa dos senhores vereadores para salvarem somente um segmento, os empresários do transporte coletivo de Curitiba?
“Se eles estão precisando de dinheiro, façam como os demais empresários: recorram as linhas de empréstimos às empresas oferecidos a juros subsidiados as empresas pelo governo federal.”
Queremos comunicar que “divulgaremos em todos os nossos meios de comunicação”, para toda a sociedade curitibana, o voto nominal de cada um dos senhores vereadores. O voto nesse deplorável projeto de iniciativa do prefeito municipal Rafael Greca de Macedo.
*Lafaiete Neves foi professor da UFPR e é membro titular do Conselho da Cidade de Curitiba
* O artigo não representa a opinião do blog
Seria essa a ginástica financeira para controlar as contas de Curitiba ?
Será que Rafael Greca acha que o povo não está de olho nos atos do governo municipal ?
Estaria Greca jogando a toalha quanto a sua reeleição ?
Tenho vergonha de ter votado nele em 2016
Eu não consigo encontrar uma resposta plausível para a ajuda aos milionários do transporte coletivo.