* José Carlos Chicarelli
A crise do econômica provocada pela pandemia do coronavírus pode enfim estremecer a relação afável entre a URBS e os empresários do transporte coletivo.
Os problemas econômicos derivados do fechamento do comércio tende a levar a população a penalizar nas urnas os gestores públicos na eleição municipal de outubro por tomarem a decisão de ajudar os ricos e esquecer dos pobres.
Neste momento está claro que vamos ter desemprego e nossa cidade vai mergulhar em uma grande depressão, causada pela falta de um fundo de reserva emergencial para ser usado para amenizar a crise do momento.
Hoje, pensar em subsidiar o transporte coletivo é um ultraje, inaceitável e fora de propósito, já que precisamos investir na saúde, aumentando o número de servidores, das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), melhorando a infraestrutura hospitalar – com mais médicos, enfermeiros técnicos de enfermagem, leitos e respiradores para o enfrentamento da guerra contra o Covid-19.
O ditado popular de que a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco não pode ser aplicada na capital do Paraná, precisa estourar nos abonados e nos sempre assistidos, há décadas.
A corda não pode estourar para os motoristas e cobradores, como aconteceu na semana passada, os salários deles precisam ser quitados na integridade, sem parcelamento, mesmo com a diminuição do número de passageiros provocada pela quarentena.
Não dá para explicar um aumento no subsídio para o transporte coletivo enquanto os pequenos e médios empresários da capital paranaense são obrigados a se virarem para cobrirem as despesas provocadas pelo fechamento das atividades comerciais.
É impossível convencer o cidadão comum que basta fazer asfalto para afastar e esquecer do retrato da decadência social da cidade, nos últimos anos, como o crescimento da população de rua, que vive da caridade dos curitibanos para terem, no mínimo, o pão de todo o dia.
Com o quadro social deteriorado fica difícil o curitibano aceitar o subsídio para cobrir despesas da concessionária, enquanto faltam equipamentos de proteção individuais (EPIs) para médicos, enfermeiros, técnicos, guardas municipais e funcionários que atendem ao público.
Os três anos de Greca no Palácio 29 de Março trouxeram alegria para os empreiteiros e empresários do transporte coletivo, mas deixaram dívidas que afetarão futuras administrações, por décadas.
Repito, neste momento Curitiba tem outras necessidades, além de ajudar os milionários empresários do transporte coletivo.
A prefeitura precisa estender a mão para os pequenos e médios comerciantes, que até o momento não receberam nenhum refresco, como a dilatação do prazo para quitar impostos ou qualquer outro subsídio.
A inabilidade política da atual administração me leva a uma projeção sombria: a corda vai arrebentar para os mais fracos e necessitados – aqueles que realmente precisam do socorro.
* José Carlos Chicarelli é ex-vereador e criador da CPI da Urbs/Transporte Coletivo
Chicarelli, parabéns. Adorei o texto. A análise é perfeita. Hoje, quem precisa de ajuda são os pequenos e médios empresários.
isto mesmo prefeito NÃO pode dar moleza a estes empresários do transporte
isto mesmo prefeito NÃO pode dar moleza a estes empresários do transporte
É a luta entre a cruz e espada, sair da frigideira para cair no fogo. Um país pobre como o nosso não tem condições de manter o isolamento. simplesmente impossível.
muito bom
é isso mesmo
…