O MDB diz que o Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba) está empurrando os problemas da Linha Verde “com a barriga”. A via de 22 quilômetros corta Curitiba de Norte a Sul (do Atuba ao Pinheirinho) e sofre com engarrafamentos, passagem de pedestres e isola os 23 bairros que a circundam.
“De concreto, o presidente do Ippuc (Luiz Fernando Jamur), em artigo publicado na imprensa, não oferece nada para resolver os gargalos da Linha Verde. Nós, do MDB, sim: queremos eliminar os semáforos, construir nove intervenções, entre trincheiras e viadutos, e diminuir o seu percusso para o motorista de 60 para 25 minutos. Essa proposta é factível”,diz João Arruda, presidente estadual do MDB e pré-candidato a prefeito de Curitiba.
João Arruda considera importante que a Linha Verde antecipe as discussões da pré-campanha. “Os pré-candidatos e até o prefeito, através do presidente do Ippuc, voltaram com o assunto à baila. O mais importante é que precisamos resolver o que se tornou um transtorno ao curitibano: cruzar a Linha Verde em qualquer horário do dia. O MDB tem uma proposta e vamos discuti-la com a população”, disse.
Dinheiro tem – O arquiteto Luiz Forte Netto que elaborou o plano de recuperação da Linha Verde para o MDB também questiona a falta de propostas do Ippuc. “Afinal o Ippuc quer ou não resolver o problema de mobilidade na Linha Verde? A média de obras para transposições tem sido de uma a cada gestão, como ainda serão necessárias nove, no ritmo atual serão necessários 36 anos para realizá-las!”, questiona
Forte Netto argumenta que Curitiba sempre foi um exemplo de rapidez na implantação de obras importantes e citou como exemplo a Rua XV (Rua das Flores) e as canaletas exclusivas para ônibus. “É evidente que demais ações complementares deverão ser implementadas simultaneamente. O orçamento da prefeitura pode direcionar os recursos necessários para a obra ser realizada em quatro anos, sem necessidade de financiamento. Só depende de vontade política”, defende o urbanista.
“Já fui presidente do Ippuc em uma época de afirmação do órgão é sei como as coisa funcionam! Perguntaram à população se ela quer a Linha Verde livre de semáforos em quatro anos ou 36 anos? Tal obra realizada irá ,com certeza, acelerar as demais ações previstas para essa importante via da cidade. Não concorda Ippuc?”, questiona Forte Netto.
Linha Verde sem miopia
Luiz Fernando Jamur *
Projeto que vem sendo implementado há 16 anos, a Linha Verde representa uma nova fronteira de desenvolvimento de Curitiba. Não se trata “apenas” de uma nova e estruturada via de 22 quilômetros, que atravessa 23 bairros da capital e é uma artéria de ligação importante da Região Metropolitana.
É sim um eixo viário prioritário para mobilidade de milhares de pessoas, com foco prioritário no transporte coletivo, ao qual já serve e que com a conclusão das obras passará a servir cada vez mais, com a qualidade internacionalmente reconhecida e copiada de nosso BRT (Bus Rapid Transit).
A influência deste eixo para a cidade é muito maior do que a via propriamente dita. Os bairros de seu entorno são diretamente impactados – e precisam eles também ser revitalizados, gerando uma nova condição urbana para uma ampla região da capital. Trabalho de tal envergadura exige ações contínuas, cujos resultados aparecem com o tempo.
Por esse motivo, o munícipio atua na Linha Verde em várias frentes coordenadas.
Ainda em 2017, por exemplo, retomou os leilões de Certificados de Potencial Adicional de Construção da Linha Verde (Cepac) – um instrumento para obter recursos via mercado de capitais, complementar a outras formas de financiamento que também são permanentemente trabalhadas na capital, tanto com a União quanto com organismos como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).
Trata-se de ação para consolidação de longo prazo dos bairros e que faz parte da Operação Urbana Consorciada Linha Verde, que é o conjunto de intervenções e medidas para promover transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e valorização ambiental da região. A Operação prevê ações para população de baixa renda, passarelas e trincheiras complementares que hoje exigem recursos de R$ 1,6 bilhão – cifra que demonstra a complexidade da empreitada.
A mobilidade é, por óbvio, parte orgânica da Linha Verde. A realidade mostra, no entanto, que não existem soluções mágicas, tampouco simples ou baseadas em achismos superficiais nesta área. Quando se propõe, por exemplo, uma via tão extensa sem semáforos, é sinal de que a proximidade de eleições toma espaço de discussões técnicas razoáveis.
Para se transformarem em efetivo benefício para a população, soluções eficientes exigem bases sólidas de dados, estudos aprofundados, planejamento, financiamento (com árduas e permanentes negociações com agentes financiadores) e capacidade gerencial.
Esse modus operandi vem sendo aplicado para melhorar a mobilidade urbana em Curitiba – considerada, como se sabe, um exemplo mundial, construído ao longo de décadas. Na Linha Verde, hoje, a prioridade é terminar obras negligenciadas por anos e que foram retomadas a partir de 2017. Não é um trabalho de ocorre sem percalços; cabe ao gestor transpô-los com responsabilidade, sem perder de vista as necessidades de desenvolvimento de longo prazo.
É isso que faz uma cidade crescer com qualidade.
A Linha Verde representa um avanço em relação ao que era o trecho urbano da BR-116, de condições precárias e inseguras. Pela sua envergadura e abrangência necessita permanente atenção e ação de melhorias urbanisticamente justificáveis.
O trabalho tem avançado. Já foram licitados os projetos executivos para melhorar as transposições na Linha Verde, com novos viadutos na Anne Frank e na Tenente Francisco Ferreira de Souza e trincheiras entre as estações São Pedro e Santa Bernadete (Xaxim). A licitação para viabilizar as obras no viaduto triplo, no cruzamento com a Victor Ferreira do Amaral, avançou em 2019, bem como medidas para concluir a trincheira que ligará as ruas Fúlvio José Alice e Amazonas de Souza sob a Linha Verde (no Bairro Alto).
A mobilidade, como se sabe, precisa de qualidade em todas as regiões. Por isso, o município desenvolve ações em várias outras regiões da Curitiba.
As obras da trincheira da Mário Tourinho, no Seminário, avançam dia a dia. As alças de acesso do viaduto Pompéia foram concluídas e passaram a dar utilidade àquela estrutura importante para o Tatuquara.
Outra medida fundamental: o município viabilizou R$ 534 milhões com o BID, que serão destinados ao incremento do Inter 2. Esse projeto trará melhoria da estrutura viária no caminho do ônibus e instalação de equipamentos, naquele que será transformado no primeiro BRT circular do mundo. Com isso, a velocidade operacional dos ônibus será ampliada, bem como a capacidade de transporte (de 155 mil passageiros para 181 mil passageiros/dois, incluindo o Ligeirinho Inter 2 e o Interbairros II). O Inter 2 passa por 28 dos 75 bairros da capital.
Esse projeto representa o início de uma nova fase do transporte público de Curitiba – e, portanto, para a mobilidade das pessoas –, com evolução para as áreas de eletromobilidade e intermodalidade por meio de mudanças progressivas no padrão energético dos ônibus e integração com modais de micromobilidade (patinete, por exemplo) e ciclomobilidade (bicicletas).
Em outras frentes, é preciso estimular cada vez mais o uso consciente e responsável dos veículos individuais – Curitiba tem mais de 1,2 milhão deles; 2 milhões na Região Metropolitana. Daí a importância de iniciativas como o programa de car sharing que está sendo tocado de forma pioneira com a Renault.
A mobilidade é efetivamente um dos principais desafios para as grandes cidades, naquilo que é fundamental a todos os moradores: o ir e vir. Curitiba conquistou justo reconhecimento pelos projetos que implementou e desfruta hoje de uma situação muitíssimo melhor do que a maioria das outras grandes cidades brasileiras. A continuidade dessa eficiência depende da capacidade do município de trabalhar bem projetos realmente importantes para a população, sob pena de as conquistas passadas se perderem nos desafios presentes e futuros. Não existem respostas simples para problemas complexos.
*Luiz Fernando Jamur, engenheiro civil, é presidente do Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba) e secretário de Governo Municipal.
Caberia um consultor técnico, isento da administração atual, dar uma avaliação real da situação. Ao que parece a atual gestão quer colher só os louros, e eximir da responsa
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Do jeito que a coisa vai seriam capazes de pagar uns 5 milhões para um consultor técnico emitir um laudo de duas páginas!
Vergonha p todos prefeitos, linha Verde e seus trechos mal planejados, mal construidos, acessos e entradas a esta linha verde perigosos que atrasan o transito, cheiio de sinaleiro, me vergonharia se fosse engenheiro e tivesse participado da construcao desta obra
Que absurdo! Uma obra que já consumiu milhões e milhões se arrasta por 16 anos! Todos os burros responsáveis por essa aberração deveriam estar na cadeia! São muito burros ou muito espertos! A quem interessa seguir nesse ritmo e nunca terminar esta obra? Quanto ainda vão gastar neste lixo? E parabens ao Greca, único prefeito que conseguiu não fazer nada na linha verde, foi até pior que o Fruet! Bando de incompetentes! IN-CON-PE-TEN-TES!
O Jamur vai continuar apoiando RAfael Greca? O Luciano Ducci quer sair candidato, mas não tem folego para ir para o segundo turno.
O prefeito Rafael está aguardando a liberação do meio ambiente por tratar de linha verde, por isso justifica está demora, a burocracia é a tônica deste governo frívolo.
Esse Jamur acha que o curitibano é trouxa. Ele vai ver em outubro quando ele tiver que voltar a trabalhar.
Se está difícil pra vc deixa que eu faço