Acontece na terça-feira (12/11), no Gilda, em Curitiba, a noite de autógrafos do livro “Corredor Polonês – Patife Band e a criação da obra-prima esquecida do rock brasileiro”, escrito pelo publicitário Marcelo Dallegrave e pela jornalista Melissa Medroni.
A obra, que destrincha o processo criativo por trás de cada faixa do álbum lançado em 1987, tem a capa assinada pelo artista André Ducci e traz fotografias do repórter fotográfico Theo Marques. As dez imagens do livro, algumas inéditas e outras selecionadas no portfólio da carreira do fotojornalista por afinidade com os temas das músicas, serão expostas no Gilda com tamanho 90 x 60 cm, impressas em tecido.
Lançado pela editora independente Barbante, o volume faz parte da série Sound + Vision, inaugurada com o livro-ensaio “The War On Drugs: Lost In The Dream”, do jornalista Alessandro Andreola, que também acaba de ganhar uma uma nova edição.
Punk rock erudito
Corredor Polonês foi o único disco lançado pela Patife Band, banda de pesquisa de gêneros, situada em algum lugar entre o punk rock e a música erudita (representada pelos ostinatos perfeitos das composições) que não sobreviveu às idiossincrasias de sua trajetória, mas deixou registradas para a eternidade pérolas brutas, como a música tema “Corredor Polonês”, “Tô Tenso” e “Pesadelo”.
O grupo tem raízes no norte paranaense: o líder Paulo Barnabé e seu irmão, Arrigo, são de Londrina, e Itamar Assumpção, parceiro artístico da família, cresceu em Arapongas. Mas foi no impulso da Vanguarda Paulista, movimento que contestava a produção mainstream nos anos 80 na cidade de São Paulo, para onde os músicos se mudaram na juventude, que a banda ganhou corpo.
Com Paulo Barnabé (vocal, percussão), André Fonseca (guitarra), Sidney Giovenazzi (baixo) e Paulo Mello (bateria), Corredor Polonês reflete uma visão urbana e industrial sobre a construção musical, que vai além dos padrões do rock. Hoje o álbum é uma raridade, cultuado por colecionadores que pagam centenas de reais por uma cópia em vinil. Na época, porém, por motivos que os autores analisam no livro, foi praticamente ignorado pela gravadora, a WEA. Até o momento, o disco gravado em estúdio ainda não foi disponibilizado nos serviços de streaming de música.
Garimpagem
Coube a Marcelo Dallegrave, curitibano fã da banda, localizar os músicos e profissionais envolvidos com o projeto para resgatar a história recôndita do disco, tarefa nada fácil diante do clima de conflito que perdura até hoje. As entrevistas foram checadas e editadas em parceria com a esposa do autor, Melissa Medroni.
Todas as conversas foram realizadas individualmente pela internet no primeiro semestre de 2018. A principal fonte foi o líder da Patife Band, Paulo Barnabé. Também foram ouvidos Arrigo Barnabé, o produtor Pena Schmidt e os integrantes da banda original.
O livro ainda traz depoimentos de Clemente (Inocentes) e John Ulhoa, que regravou a faixa Vida de Operário, no álbum de estreia do Pato Fu (Gol de Quem?). Para o capítulo “Bonus track: A Capa”, foram entrevistados os responsáveis pela arte do disco – o fotógrafo Calil Neto, o artista plástico Júlio Villani, a artista visual Renata Bueno e a videomaker Ruth Slinger.
SERVIÇO
Noite de autógrafos do livro “Corredor Polonês – Patife Band e a criação da obra-prima esquecida do rock brasileiro”, da Editora Barbante, e a abertura da exposição fotográfica de Theo Marques
LOCAL: Gilda (R. Cândido Lopes, 323)
DATA: 12/11 (terça-feira)
HORA: 19 horas
LIVRO: R$ 37
O Dallegrave tá abafando. Parabéns