Carlos Brickmann informa que outra CPI que pode ter grande repercussão é a do BNDES. Em princípio, o Governo Bolsonaro está fora de sua mira. O foco da CPI é a caixa preta do BNDES, com seus empréstimos em ótimas condições a empresas e a países escolhidos pelo Governo do PT para ganhar benefícios. Há empréstimos para grandes obras em ditaduras africanas, Cuba, Venezuela, sempre executadas por empreiteiras nacionais suspeitíssimas de destinar boa parte de seu superfaturamento a políticos ligados aos governos brasileiros da época.
Um livro que acaba de sair, A Caixa Preta do BNDES, do excelente repórter Cláudio Tognolli (Editora Matrix), pode ajudar a CPI, pois revela os bastidores de dois casos interessantíssimos: o da JBL, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que cresceu internacionalmente com apoio total do BNDES, e o da Tecsis, empresa que almejou ser a maior fabricante de pás para usinas eólicas do mundo e está desativada. Até aí, normal: nem todos os empreendimentos dão certo. Mas no caso, à medida que a empresa decrescia, caía a participação dos sócios privados, e crescia a do BNDES – hoje seu maior acionista. Lucro para os sócios privados, prejuízo para o país.
Mas até nesta CPI do BNDES, que tem tudo para atingir adversários do atual Governo, pode sobrar para Bolsonaro. O BNDES não conseguiu ainda devolver ao Tesouro os empréstimos que deveria restituir neste ano. E, embora Bolsonaro tenha mandado abrir a caixa preta do BNDES, até agora os mistérios continuam. A CPI e o livro podem contribuir para sanar a falha.
O MP deveria se entreter no caso. Muita gente grauda iria para a cadeia.