O R7 indorma que o ex-juiz Sergio Moro, que se recupera da Covid-19 e teve sua circulação limitada por orientação médica, utiliza o período para dar foco aos seus alvos prioritários nesta pré-campanha. De olho nas possibilidades de disputar o segundo turno com o favorito nas pesquisas – o ex-presidente Lula –, o ex-ministro da Justiça pontua diariamente que seu adversário prioritário é o presidente Jair Bolsonaro e, por extensão, aqueles que garantem sua estabilidade no mandato.
“O Centrão dá as cartas no governo Bolsonaro, como deu nos governos do PT”, publicou nesta terça. “Sem liderança e projeto, o país permanece refém de interesses pessoais ou partidários”, analisa Moro, para, em seguida, decretar: “Ou mudamos isso, ou não há governo que funcione”. Com a crítica ao padrão de aliança adotado por Bolsonaro, o pré-candidato a um só tempo explora a contradição do atual presidente, que se elegeu mediante críticas ao que se convencionou chamar de “velha política”, e busca afastar-se das práticas tradicionais, acenando com maior independência.
Moro também firmou posição contra Bolsonaro, deixando claro ser o presidente seu adversário número 1, em entrevista de capa concedida a uma revista semanal de circulação nacional. Nas declarações, escolhe acusar o titular do Planalto e seu ex-chefe de “mentir” ao afirmar que combate a corrupção – a principal bandeira do ex-titular da Lava Jato. “Ele não queria combater nada. Queria apenas se blindar, ficar longe do alcance da Justiça”, declara Moro.
Estrela do Podemos, o ex-juiz espera agregando integrantes do MBL à campanha ao Palácio do Alvorada. A expectativa é que líderes do Movimento Brasil Livre, que representa parcela do eleitorado conservador de São Paulo, assinem a ficha do partido – movimento que deve ser seguido por alguns parlamentares de partidos do espectro da direita, inclusive ex-apoiadores de Bolsonaro.