Fábio Silveira que voltará a editar o blog Baixo Claro conta que podem anotar: no 11º dia do seu segundo mandato, ao anunciar mudanças no secretariado, o prefeito Marcelo Belinati (PP) abriu, voluntária ou involuntariamente, a sua sucessão. As razões para essa afirmação estão na Secretaria de Governo, onde Juarez Tridapali, que é professor da UEL e tem perfil técnico, foi substituído por Alex Canziani (PTB). Vice-prefeito na gestão de Antonio Belinati (1997-2000) – aquela que acabou com o escândalo Ama/Comurb –, ex-deputado federal e ex-secretário estadual, Canziani sonhava em ser candidato a vice-prefeito na chapa de Marcelo Belinati. Seus aliados se consideraram traídos quando o prefeito que agora começa o segundo mandato preferiu manter João Mendonça como vice. Mendonça é um vice tranquilo para Marcelo Belinati, principalmente pelo fato de não ambicionar o cargo do prefeito. Canziani como vice talvez pudesse incomodar mais ou fazer sombra ao prefeito, ainda que uma nova reeleição não seja possível.
As arestas parecem ter sido aparadas com Canziani como secretário. E numa Secretaria onde ele vai poder fazer articulação política e de quebra conquistar aliados e preparar a campanha para prefeito. Na verdade, pode ser o “degrau” desejado por Canziani como vice, mas materializado como secretário. Ser prefeito sempre foi o sonho do ex-deputado e agora secretário. Mas nas tentativas anteriores teve desempenho pífio nas urnas.
Se Marcelo Belinati chegar ao fim do mandato bem avaliado, Canziani poderá ser um candidato forte. Se o vácuo de lideranças persistir e a oposição não conseguir apresentar candidatos fortes, como foi em 2020, suas chances aumentam. Por outro lado, a aliança com Canziani também é útil, pois pode garantir os dois votos do PTB na Câmara. Aliás, Canziani já teve influência no primeiro mandato, com a indicação de secretários. Agora fica mais influente ainda.
