quinta-feira, março 28, 2024
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Candidaturas evangélicas aumentam 34% em relação à última eleição municipal

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O Correio Braziliense informa que nos últimos anos, os evangélicos vêm ganhando mais espaço no ambiente político. Prova disso é o aumento de 34% no total de candidaturas dos representantes deste segmento religioso nas eleições municipais de 2020, em comparação com o pleito de 2016. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não divulga estatísticas sobre a religião dos candidatos, mas, segundo apuração feita pelo Correio utilizando dados disponibilizados pela Justiça Eleitoral, o número de postulantes a prefeito ou vereador que utilizam pastor ou pastora como primeiro nome na urna é de 4,5 mil. Desse total, 4,2 mil disputam vagas como vereadores.

Candidatos evangélicos estão espalhados por 28 partidos. A legenda com maior número é o Republicanos, que tem 358 candidatos que utilizam pastor ou pastora e concorrem aos cargos de vereador e prefeito. O partido é o mesmo do deputado federal e bispo Marcos Pereira (Rep-SP), atual vice-presidente da Câmara dos Deputados; do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella; e dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio e o vereador Carlos. O Partido Social Cristão (PSC), antiga casa do presidente Bolsonaro, tem 311 pastores e pastoras disputando a eleição.
É fácil encontrar, nas redes sociais, candidatos que se apresentam pela sua função em uma igreja evangélica. Entre vídeos de campanha denunciando problemas do município e cumprimentando apoiadores, estão versículos bíblicos, imagens motivacionais e até pregações. Esse é um padrão que se repete em várias contas de candidatos com tal perfil. Em geral, se declaram como conservadores e apoiam Bolsonaro.

A proximidade do presidente com os evangélicos vem de antes de 2018. O pastor Silas Malafaia, presidente e fundador da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, é um dos mais ferrenhos defensores de Bolsonaro entre lideranças religiosas. Quase diariamente, faz comentários que envolvem política e convergem com as posições do presidente, de quem é amigo pessoal. Ele foi o responsável pelo realização de seu casamento com a atual primeira-dama, Michelle, em 2013 — que, na época, frequentava a igreja de Malafaia.

Bolsonaro também tem a simpatia do bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus. Em 2019, já chefe do Poder Executivo, foi ungido por Macedo no Templo de Salomão, em São Paulo, na presença de milhares de fiéis. O deputado federal e pastor Marco Feliciano (Republicanos-SP) é outro líder influente a defender Bolsonaro publicamente. Foi expulso de seu antigo partido, o Podemos, por fazer campanha para Bolsonaro em 2018 –– fato que considerou um “motivo de orgulho”.

No início do mês, Feliciano afirmou que os evangélicos não deixariam de apoiar o presidente mesmo após ele quebrar a promessa de indicar um ministro “terrivelmente evangélico” para o Supremo Tribunal Federal (STF) e optar pela indicação do desembargador Kassio Nunes para a vaga de Celso de Mello.

Na esquerda

Atualmente, a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso é dominada por políticos de direita. Em contrapartida a isso, e com o objetivo de mostrar o outro lado dos políticos da corrente religiosa, foi lançada, em julho deste ano, a Bancada Evangélica Popular, que concentra os que se definem de esquerda.

Criada por seis pastores, um presbítero e um ativista, defende o estado laico e combate a desigualdade social –– o que vai de encontro com os princípios defendidos pelos conservadores. “Nosso propósito é ocupar as câmaras e assembleias com uma Bancada Evangélica Popular, que lute e defenda os direitos de nosso povo. Faremos isso indicando e apoiando nossos irmãos e irmãs que se dispõem a esta luta nas candidaturas, de forma pluripartidária”, diz um trecho da apresentação publicada no site oficial.

Um dos posts da bancada condena o ato de pedir votos no púlpito –– referência a pastores e igrejas que utilizam o espaço religioso para fazer propaganda política, o que é proibido pela lei eleitoral. Em seu manifesto oficial, o movimento cita o crescimento da corrente no Brasil e afirma que, apesar disso, os religiosos ainda não causam “impacto no processo de ruptura com esse sistema maligno e desumano que tem aumentado esses índices de opressões e maldades contra nosso povo”.

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