quinta-feira, abril 25, 2024
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InícioPolítica CuritibaLetícia Lanz: escolhida pelo PSOL não quer saber de enfrentamentos radicais

Letícia Lanz: escolhida pelo PSOL não quer saber de enfrentamentos radicais

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Lançada pelo diretório municipal do PSOL como pré-candidata a prefeita de Curitiba, a psicanalista e socióloga Letícia Lanz, pessoa transgênera que anteriormente se chamava Geraldo Eustáquio de Souza, não quer saber de enfrentamentos radicais na disputa eleitoral.

O posicionamento contrasta com uma carta de apoio de militantes do partido, divulgada em julho, que pregou justamente “um programa radical de enfrentamento à burguesia local”. “O país está cheio disso. É tempo de amor, que se traduza em ações. O que é importante na cidade é gente, não é a infraestrutura da cidade”, disse Letícia, em entrevista ao jornalista Marcos Tosi. Confira, na Gazeta do Povo.

Pela primeira vez, com a sua candidatura, Curitiba terá uma pessoa transgênera concorrendo ao cargo de prefeito. Naturalmente, isso é algo que chama a atenção. Mas o que, em sua plataforma, a senhora preferiria que realmente chamasse a atenção dos eleitores?

A falta de cuidado que as pessoas estão passando. Tá todo mundo precisando de acolhimento. O que você vê nos discursos é sempre índices, é sempre estatística, mas você não vê ninguém falar da carência das pessoas. Carência de todo o tipo, que vai desde a carência material, que deixa as pessoas mais vulneráveis, até as carências psicológicas profundas. As pessoas estão carentes, e o momento agora fez com que elas se tornassem mais carentes ainda. O discurso político que tem que ser feito neste momento é um discurso de acolhimento. Porque todas as pessoas estão precisando ser atendidas, não apenas nas suas necessidades materiais, que são muitas, especialmente das populações mais vulneráveis, mais desprezadas, mais marginalizadas. A carência hoje talvez seja a marca registrada do nosso tempo. Não é a toa que a doença do nosso tempo é a depressão.

Em carta ao diretório do Psol, no dia 20 de julho, ao propor a chapa Letícia-Giana, os militantes do partido disseram que o Psol precisa ter um programa radical de enfrentamento à burguesia local. O que seria esse enfrentamento, na sua concepção?

Eu não vejo assim. Essa carta circulou independente da minha vontade. Por que, o que a gente tem conversado não é nesse sentido não. Enfrentamento radical, o país está cheio disso. Não é mais tempo de ódio. É tempo de amor. Chega de ódio. Deixa o ódio para essas pessoas que queiram praticar o ódio. A única coisa que pode parar o ódio é o amor. E um amor competente, que se traduza em ações, porque, se não, vira um amor platônico também: eu te acho lindo, maravilhoso, mas não faço nada por você. Eu acho que a política tem que incorporar essa ideia. O que é importante na cidade é gente, não é a infraestrutura da cidade. Claro que gente utiliza a infraestrutura. Mas se gente não for acolhida, se não for o centro de todo planejamento, de todo desenvolvimento, nós estamos falando de conversa fiada. Então, ideia de enfrentamento, para mim, é nenhuma. Eu não quero enfrentar ninguém. As pessoas é que se enfrentem.

Nas eleições de 2016, a candidata do PSOL, Xênia Mello, fez 1,15% dos votos. 10.683. O que a leva a crer que, neste ano, o desempenho poderá ser melhor?

Eu acredito que as pessoas, de lá para cá, já tiveram experiências diferentes. Já puderam ver a vida sob outros ângulos, já experimentaram outras possibilidades. Embora as possibilidades que eles experimentaram sejam as mesmas de sempre, a nossa ideia é trazer um discurso inteiramente novo. Um discurso que convide as pessoas a pensar em si próprias, e pensar na cidade em que moram. Se isso for capaz de trazer as pessoas para o debate, para o diálogo, para a construção, ótimo. Se não, é possível que esses índices medíocres se repitam, né?

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