sexta-feira, março 29, 2024
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Francischini quer cidadão e famílias acima das lágrimas do prefeito de Curitiba

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O jornalista político Aroldo Murá já ouviu em “Rumo às Urnas” cinco pré-candidatos a prefeito de Curitiba – Ney Leprevost (PSD)Dr. João Guilherme (Novo)Carol Arns (Podemos), João Arruda (MDB) e Goura (PDT). Uma forte realidade os une: todos têm muitas críticas ao atual prefeito, Rafael Valdomiro Greca de Macedo, centradas nas poucas atenções do alcaide com vidas humanas, colocadas em último plano, preteridas pela “indústria” do asfalto e proteção aos ônibus, num momento de pandemia e com enormes carências que Curitiba enfrenta na área sanitária.

PROTAGONISMO PERDIDO

Hoje o entrevistado é o deputado estadual Fernando Francischini (PSL), presidente da poderosa Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Paraná e que, quando deputado federal, liderou o processo de “impeachment” da então presidente Dilma Roussef.

Ele quer “devolver a Curitiba” o protagonismo que a cidade teve anos atrás, quando era paradigma de urbanismo revolucionário no mundo. “Quero resgatar a Curitiba que precisa dar voz e ouvidos à sua gente”, brada Francischini, contabilizando contra Greca o que classifica de “desinteresse” com as famílias, obras sociais de igrejas e ONGS, pequenas e médias empresas.

E mais: “A população humilde está desamparada, quase abandonada pelo poder público. E o que dizer dos comerciantes? Que apoio o prefeito deu ao setor que gera tantos empregos e vive a angústia e o desespero? Não adianta chorar na televisão, como Greca faz…”.

Leia a íntegra da entrevista:

Quem é Fernando Francischini?

Sou Fernando Destito Francischini, 50 anos, filho da dona Tania e do seu Sérgio, casado com Flávia, mulher incrível, pai de 4 filhos – Felipe, João, Fernando e Bernardo. Nasci em Londrina. Minha família viveu por três anos em Cianorte e depois meus pais vieram para Curitiba. Eu tinha perto de 4 anos. Morávamos no Edifício Passeio, na frente do Passeio Público, que virou o quintal de casa. Naquela época era um campo aberto. Cresci em Curitiba, estudei no Colégio Marista e no Positivo e só saí daqui quando a Polícia Federal me designou para outras cidades.

Estudei Direito na PUC, mas terminei o curso em Brasília. Fiz 3 anos de Engenharia Civil na UFPR. Cursei a Academia do Guatupê e me formei oficial da Polícia Militar. Comandei a Rone e o COE, que é o grupo antissequestro da Polícia Militar. Também servi ao Exército Brasileiro, com muito orgulho. Estive à frente da Secretaria Antidrogas de Curitiba, a primeira do país, depois fui eleito deputado federal. Voltei para Curitiba para assumir Secretaria de Segurança Pública do Paraná. Depois disso, disputei uma vaga de deputado estadual e fui eleito com a maior votação da história na ALEP, com 427 mil votos.

Como foi sua passagem pela PF?

A formação em Direito, com especialização em repressão ao tráfico de drogas e combate à lavagem de dinheiro, foi fundamental para a minha atuação como delegado da Polícia Federal. Eu comandava, aqui em Curitiba, a Coordenação de Operações Especiais de Fronteira. Esse grupo era responsável por três estados – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e, consequentemente, pelas fronteiras do Brasil com o Paraguai, Argentina e Uruguai. O tráfego de inteligência, de informações de tráfico, era gigante na minha mão. Foi assim que identificamos e prendemos os traficantes internacionais Juan Carlos Abadia, Fernandinho Beira-Mar e outros que operavam no Sul do País, trazendo drogas via Paraguai.

A entrada na política

O ingresso na política foi reflexo do trabalho realizado na Secretaria Antidrogas de Curitiba. Os programas e ações desenvolvidos nos bairros mais carentes da cidade reduziram drasticamente os índices de criminalidade e, especialmente, conseguiram afastar crianças e jovens do poder do tráfico. Eu sempre atuei muito firme nesse tema e vi a oportunidade para ajudar a mudar a linha de combate ao crime organizado
a partir da Câmara dos Deputados. Foram dois mandatos em Brasília, muitos projetos aprovados, a defesa ferrenha da família e da Lava Jato, intransigente no combate à corrupção e ao crime organizado.

Fui um dos líderes do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e da CPI da Petrobras. Em 2018, fui escolhido o melhor deputado federal do país e recebi o Prêmio Congresso em Foco. Ajudei a coordenar a campanha que elegeu o presidente Jair Bolsonaro e os paranaenses me escolheram para representá-los na Assembleia Legislativa do Paraná. Recebi 427 mil votos.

Aqui na ALEP, assumi a condução da mais importante das comissões, a CCJ, que é a porta de entrada de todos os projetos de lei que beneficiam a vida dos paranaenses. Trabalho com uma equipe muito competente na Comissão e por isso conseguimos abrir as portas da CCJ para audiências públicas. Também levamos a Comissão para os bairros de Curitiba e cidades do interior, com a proposta de ouvir os cidadãos,
conhecer seus anseios e para aproximar o legislativo da sociedade. Queria que as pessoas entendessem o nosso trabalho e o que ele representa nas suas vidas.

Por que quer ser prefeito de Curitiba?

Porque me importo com as pessoas e sonho com uma Curitiba melhor para todos nós. A nossa cidade é maravilhosa, nos enche de orgulho, porém acredito que este momento que estamos vivendo pede uma nova condução, uma gestão mais humana, de atenção às pessoas. A cidade é o todo e é este conjunto que precisa de ações rápidas para amenizar os problemas sociais e econômicos. Temos que colocar o cidadão e sua família em primeiro lugar. Pessoas estão em busca de comida, outras de trabalho, outras de apoio para não falir. E que respostas a prefeitura deu a eles? Até agora…

Por isso, aceitei o desafio dado pelo meu partido, o PSL, e vou disputar a eleição. Não posso admitir que as pessoas fiquem sem resposta. Quero resgatar uma Curitiba que já foi assim, que ouvia e dava voz aos anseios da sua gente. Cuidar da cidade é cuidar das pessoas. É olhar o presente, fazer o melhor agora e projetar o futuro.

Quais os acertos ou erros do prefeito Rafael Greca? Enumerar.

Quem tem de apontar acertos ou erros são os cidadãos curitibanos. Existem boas ações, sem dúvida, e avanços também, no entanto, não há nada que nos lembre a Curitiba que foi referência para o país, cidade
inovadora cujos programas eram copiados mundo afora. Agora, na pandemia, o prefeito faz asfalto e fecha unidades de saúde. Fecha CRAS, que é o apoio fundamental às comunidades mais carentes. Não auxilia as
igrejas e associações comunitárias, que estão atuando com muita força para ajudar as famílias que enfrentam grandes dificuldades com a doença, o desemprego e a desesperança.

É muito triste o que temos visto nas comunidades, nos bairros periféricos. A Flávia atua há muitos anos em
projetos sociais e está presente nas regiões mais carentes. A situação já era ruim, agora piorou consideravelmente. A população humilde está desamparada, quase abandonada pelo poder público. E o que dizer dos comerciantes? Que apoio o prefeito deu ao setor que gera tantos empregos e vive a angústia e o desespero? Não adianta chorar na televisão. Se ele não sabe o que fazer, que pergunte, que peça ajuda. Reconheço que é difícil, mas o cargo exige decisões rápidas e acertadas neste momento extremo. Vidas estão em jogo.

Como você pretende corrigir esses erros?

O novo prefeito enfrentará grandes desafios. Teremos muitas pessoas desempregadas, uma economia afetada profundamente, um caixa comprometido e muitas incertezas em relação a esse vírus. Casos suspeitos de recontaminação, aqui pertinho, em São Paulo, são investigados e ainda não temos uma vacina. A pergunta é: que cenário teremos em janeiro? É uma incógnita e por isso o planejamento deve se voltar a ajudar a população. Todos os setores são importantes, mas as vidas estão acima de tudo. Eu formaria um grande conselho com os principais segmentos da sociedade para deliberar soluções conjuntas, sempre apoiadas na ciência. O que podemos fazer para retomar o cotidiano sem colocar pessoas em risco?

Tenho humildade em afirmar que esta é uma decisão difícil porque tem de atender da melhor forma toda a população. Faria uma grande força-tarefa, parcerias em todos os níveis, abrindo frentes de trabalho
para a mão de obra menos qualificada, adotando horários diferenciados para comércio e serviços, reunindo as igrejas e associações que têm grande alcance social para ajudar os mais humildes, lançaria linhas de
crédito com juros abaixo do mercado e até juro zero para socorrer empresas, enfim, criaríamos mecanismos para impulsionar a economia, salvar os empreendedores e gerar empregos em todos os níveis de qualificação.

Que forças populares e de base sustentam sua candidatura, além do PSL?

Tenho um eleitorado que pensa como eu. Ele é conservador nos costumes, liberal na economia, apoia um Estado pequeno – mas eficiente – que cuida do que é realmente importante na responsabilidade do poder público e transfere o restante para a iniciativa privada. As pessoas que me apoiam são aquelas que como eu defendem a família e a consideram a base de tudo na sociedade, respeitam as diferenças, quem pensa diferente, quem tem opção sexual diferente.

São intransigentes com desvios de conduta, combatem com rigor a corrupção e exigem medidas duras contra a criminalidade. São pessoas que amam Curitiba e querem que a cidade volte a ser exemplo em planejamento, educação, saúde e respeito ao seu povo. Uma cidade que acolhe, cuida e gera oportunidades de uma vida melhor para todos os seus cidadãos.

Estando ainda no PSL, você ficou com o grupo do Bivar ou com o grupo do presidente Bolsonaro, ao que consta, estariam se reaproximando.

Houve um afastamento de uma parte do grupo quando o presidente se desentendeu com Bivar e decidiu formar outro partido. Não participei daquele embate, mas tentei conter os ânimos. Tenho esse perfil conciliador e acabo fazendo o papel de bombeiro em diversas situações. A minha relação com Bivar e com o Bolsonaro é boa. Continuo falando com o governo, muitos ministros são meus amigos pessoais, inclusive alguns do gabinete do presidente.

Quando será consagrado pelo PSL candidato a prefeito de Curitiba?

A data da convenção deve ser definida nos próximos dias. O novo calendário eleitoral prevê entre 31 de agosto a 16 de setembro.

É verdade que o PSL aposta em poucos candidatos, segundo o Jornal O Estado de SP, e um deles é você, a quem deve direcionar muitos recursos?

O partido escolheu os nomes que considera mais fortes para disputar as grandes prefeituras do país. E tem incentivado muito essas candidaturas. Aqui em Curitiba, pela expressiva votação do último pleito, fui o indicado. Dos 427 mil votos, um recorde no Paraná, 140 mil foram em Curitiba, quase 15% dos votos na cidade. É um bom legado para levar essa disputa adiante. Quanto aos recursos, isso ainda será definido. São muitos candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador em todo o país e o partido vai ajudar todo mundo.

Como você está montando a chapa de vereadores do PSL? Qual a característica dessa chapa?

O PSL estadual estará presente em todas as cidades do Estado, com candidaturas bastante expressivas. Teremos aproximadamente 50 candidatos a prefeitos, 20 vice-prefeitos e 1500 nomes disputando as câmaras municipais. As chapas foram preparadas com muito critério, buscando sempre pessoas ligadas aos principais setores da sociedade, com capacidade técnica, bom trânsito nos segmentos e forças políticas locais, conhecedores das suas cidades e regiões e comprometidos com a boa gestão. Nós cuidamos muito na busca por lideranças femininas, que consideramos a força desta eleição. Em Curitiba, por exemplo, formamos uma das chapas femininas mais fortes das últimas eleições, e falo isso me referindo a todas as siglas. Nossas candidatas vão surpreender.

Você continua tendo o apoio do presidente da República? Você é mais Bolsonaro ou Bivar? Em que medida o presidente será ou não importante na sua candidatura?

Essa é uma eleição municipal e, portanto, outras forças, mais próximas, entram em cena. O presidente já disse que não vai se envolver nestas eleições. Se lá na frente ele decidir o contrário será bem-vindo e virá porque reconheceu que meu projeto é um projeto bom para Curitiba. Eu quero inverter a dinâmica do que acontece com a política profissional, de ficar usando debates políticos, de bastidor, para obter apoio.

Lógico que vou apresentar o meu projeto para Curitiba ao presidente, ao governador e a outras pessoas importantes da sociedade até mesmo para que elas contribuam com ideias.  Se sou mas Bivar ou Bolsonaro? Sou amigo dos dois. O mais importante é o país. Sou a favor do Brasil e o que for bom para a Nação terá sempre o meu apoio.

Hoje o Blog do Tupan disse que você é a vítima preferida das esquerdas nesta campanha? Você confirma essa posição? Você é um homem de direita, de centro ou ultradireita?

Sinal de que a nossa candidatura incomoda. Ninguém bate em cachorro morto. E isso acontece já, antes mesmo do início da campanha. Nem apresentamos a nossa proposta para a cidade ainda e já estamos apanhando. É esse tipo de política, suja, inconsequente, do poder pelo poder, que combato há muitos anos. Mas esse jogo não vinga em Curitiba, porque aqui temos cidadãos politizados, que sabem identificar essa política que difama, destrói reputações, para alcançar seus objetivos. No mais, não tenho medo da esquerda. Lutei contra a corrupção e ajudei a colocar vários maus políticos na cadeia. Por isso essa raiva toda. São esses políticos que se prestam a este desserviço. Sinto muito esses ataques nas redes sociais, onde sou agredido diariamente de uns tempos pra cá.

Quando será o início da campanha, dia da convenção, equipe – quem será o marqueteiro?

A convenção será marcada nos próximos dias e a campanha começará dentro dos prazos estabelecidos pelo TSE. A nossa equipe está em formação. Já reunimos um grupo. São pessoas que conhecem profundamente a cidade, alguns exerceram funções relevantes no Governo do Estado e Prefeitura, que estão ajudando a construir um grande plano de governo que eu chamo de “Curitiba 2050”. Mas a nossa equipe será pequena, porque a nossa estrutura também será pequena, sem muitos gastos. Sempre fiz campanhas assim e agora não será diferente. Este ano, com a pandemia na nossa porta, o processo eleitoral será muito diferente. A campanha olho no olho, a mais empolgante e eficiente, está comprometida. A internet vem com muita força e quem souber usar com sabedoria terá grande vantagem. A TV, como sempre, vai consolidar a opinião do eleitor.

Vidas importam? Asfalto importa? Como o alcaide está se comportando nesta pandemia?

Vidas sempre em primeiro lugar. As políticas públicas precisam ser pensadas para cuidar e proteger as famílias. Asfalto é importante sim, desde que contemple o todo.  Não adianta termos uma Curitiba linda no
centro e outra Curitiba no bairro. A Curitiba de cartão postal serve para atrair turistas, o que é bom porque gera impostos e empregos. Mas como fica a cidade além do cartão postal? A realidade é bem diferente.
Por que revitalizar o asfalto que está em bom estado na Visconde de Guarapuava e não trocar o precário antipó das ruas do Boqueirão? É incompreensível. Da mesma forma que é incompreensível as idas e vindas
do prefeito. No começo da pandemia ele foi omisso, não teve coragem de tomar as medidas necessárias para proteger as pessoas e as empresas.

Aliás, a indecisão o acompanhou todos esses meses. Ele foi firme apenas para privilegiar as empresas de asfalto e socorrer os amigos ricos do transporte coletivo, ao mesmo tempo em que permitia, e ainda permite,
que os ônibus circulem lotados por conta da frota reduzida. O prefeito não teve pulso, se omitiu, errou demais, não dialogou com a sociedade. O resultado está aí! Quantas famílias curitibanas estão sofrendo a perda de seus entes queridos? As pessoas estão morrendo!

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12 COMENTÁRIOS

  1. Quero tirar o Greca mas não voto nesse Francischini nem a pau. Ele foi o líder da bancada do camburão durante protesto dos servidores estaduais. Se algum servidor é solidário, deve queimar esse cara.

  2. Francischini, sem dúvida, tem todas as condições de ser um dos melhores prefeitos da história de Curitiba, depois de gestões frustrantes, chegou a hora de parar com frescuras e começar a pensar na cidade como um todo

  3. Francischini vai ser um melhor prefeito do que o Greca. Basta ler essa entrevista. O Greca nunca vai querer dar uma entrevista. Ele só quer fazer festa!!! Não quer governar para as pessoas que mais precisam.

  4. Delegado Francischini, você tem tudo para ser o próximo prefeito de Curitiba. Tem inteligência e não fica amarrado no festerê do final de semana.

  5. O cara surfou na onda Bolsonaro. O Bolsonaro tentou acabar com o roubo do DEPVAT, rompeu com o malandro do cacique do PSL. O Delegado ficou com o time do Imposto, porque vem milhões do fundo partidário. Agora vem com mínimo. Traiu o Bolsonaro e ficou com o FUNDO PARTIDARIO. Vem falar em moralidade?

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