O blogueiro Aroldo Murá conta como Jorge Brand, o Goura, 40, deputado estadual pelo PDT, pretende ser candidato a prefeito de Curitiba, mas que admite deixar esse projeto de lado se puder continuar na Assembleia Legislativa do Paraná apoiando prefeitas e prefeitos e candidatos a vereador de todo o estado que partilhem de sua visão urbanística e de também de defesa do meio ambiente e direitos humanos.
O assunto candidatura, admite, deve ser resolvido em breve “cada angústia no seu tempo”.
O outro nome cogitado pelo PDT para concorrer à Prefeitura é o ex-prefeito e deputado federal Gustavo Fruet, que ganha só aplausos de Goura, particularmente pelo que – disse – promoveu em favor da saúde pública, educação e mobilidade urbana. Quanto ao atual prefeito Rafael Valdomiro Greca de Macedo garante que ele é todo “inabilidade urbanística”, com suas ações contrarias a avanços como os implantados em Nova Iorque, Paris, Bogotá. Considera o atual alcaide um “inadequado urbanístico”, e que está “na hora de Curitiba voltar a ser referencial em renovação urbana”.
Voltar a tempos de Lerner? Goura não cita o urbanista, mas foi com ele que Curitiba experimentou a grande revolução urbana que a projetou mundialmente, é sabido.
O mais pesado que Goura destina a Rafael Greca está numa das suas frases finais desta entrevista exclusiva à coluna (dentro de uma série que pretende ouvir os pré-candidatos a prefeito de Curitiba):
“Sou o Goura, nome yogui de Jorge Brand, 40 anos, curitibano, mestre em filosofia pela UFPR, pai de duas meninas – filho do poeta (e jornalista) Jaques Brand e da psiquiatra Margarida Oliveira –, estudante das tradições do yoga desde os 16 anos, vegetariano convicto desde essa época. Minha formação política começou na adolescência, na cena cultural das bandas punks dos anos 1990, junto com a cultura do skate, das intervenções urbanas e, por fim, da bicicleta.
Em 2005, com o Coletivo de artistas Interlux Arte Livre, participei do inicio das Bicicletadas de Curitiba, movimentos que reivindicaram a bicicleta como um símbolo de transformação individual e coletiva e incluíram as políticas cicloviárias na pauta da politica local. O resto é história.
A bicicleta ganhou espaço nas discussões e nas promessas dos políticos. Algumas mudanças urbanas importantes aconteceram como a criação das vias calmas e a melhoria das condições de circulação dos ciclistas.
“COM POUCA GRANA”
Em 2014, após o processo coletivo de cidadania que culminou na construção da Praça de Bolso do Ciclista no Centro de Curitiba, fui candidato a deputado federal. A intenção era demonstrar que uma campanha política pode ser feita na base das vontades individuais concentradas numa visão coletiva; que é possível e necessário ocupar a politica com pautas transformadoras; que uma campanha poderia ser feita com pouca grana e com muito engajamento. Não fui eleito, mas os mais de 13 mil votos conquistados demonstraram que nossas teses estavam corretas.
Em 2016 fui eleito vereador pelo PDT com 6573 votos. Fui o líder da oposição ao prefeito Greca de Macedo, o qual além de me bloquear em redes sociais, fez piadas sem graça sobre ‘criaturas agourentas’ que lhe faziam oposição. Sorte a nossa que o agouro não é necessariamente ruim, o presságio pode ser uma indicação do futuro, um horizonte invisível para quem não vivencia a democracia, a participação popular e a construção de cidades menos desiguais.
Em 2018 fui eleito deputado estadual com 37366 votos. Fui o único vereador de Curitiba eleito para uma cadeira na Assembleia Legislativa. Atualmente presido a Comissão de Meio Ambiente, Ecologia e Proteção aos Animais e sou membro das Comissões de Direitos Humanos, Juventude, Cultura e Relações Internacionais.
A partir da liderança que exercemos na Câmara Municipal e com o histórico de mais de 20 anos de construção política nas ruas e nos movimentos sociais, com o desejo de transformar Curitiba numa cidade
socialmente mais justa, ambientalmente mais radical e que pare de tratar marketing como inovação e publicidade como verdade, coloquei meu nome à disposição, do partido e dos cidadãos curitibanos, como pré candidato à prefeitura de Curitiba.
GRECA, “UM DESASTRE”
Fato é que a gestão de Rafael Greca não deve ter continuidade. É um desastre. É marcada pela falta de sensibilidade democrática e humanista, por vontades autoritárias e unilaterais do prefeito que se julga o único conhecedor e amante desta cidade… Mas, na prática, empenha-se na manutenção de todos os grandes contratos milionários da Prefeitura. Assim age para garantir os lucros dos empresários do transporte da cidade.
Mesmo quando acerta, Greca, em geral, erra. Durante a pandemia medidas inovadoras e ousadas deveriam estar sendo implantadas. Ênfase na ajuda social em toda a cidade as pessoas em situação de vulnerabilidade, apoio financeiro e fiscal aos empresários (não apenas os do transporte coletivo). Implantação de ciclovias temporárias em largas avenidas para o lazer sem aglomeração, mas especialmente, para desafogar a lotação dos ônibus.
INAPTIDÃO URBANÍSTICA
Em relação a mobilidade por bicicleta, Greca demonstra sua completa inaptidão urbanística. Políticas cicloviárias estão sendo fortalecidas em Paris, Nova York, Londres, Milão, Lisboa, Bogotá e outros importantes centros urbanos mundiais, mas em Curitiba, o atual prefeito, que quando candidato em 2012 prometia 150 km de ciclovias por ano, caso fosse eleito, entrega agora, no final de sua gestão pouco mais do que míseros 15 km realizados em quatro anos. Eram projetos que já estavam prontos em sua maioria e não contribuem para uma política robusta de estimulo ao uso da bicicleta como as grandes metrópoles estão fazendo.
Rafael Greca desestruturou todo o processo de implantação de políticas para bicicleta que estavam iniciando na gestão Fruet. Cortou orçamento para ciclovias, retirou equipe qualificada e seguiu na lógica completamente equivocada de priorizar a velocidade e o espaço dos automóveis na cidade. Greca, como urbanista que almeja ser, é uma caricatura de uma visão de cidade que não se sustenta mais.
GUSTAVO SABOTADO
O ex prefeito, atual deputado federal Gustavo Fruet, também é pré-candidato e o PDT irá dentro dos cronogramas da Justiça Eleitoral definir os seus rumos. Minha relação com o Gustavo é de profundo
respeito e harmonia. Foi o prefeito que mais mostrou compromisso com a educação e saúde públicas, respeito aos ciclistas e firmeza na decisão de rever contratos e esquemas hegemônicos dentro da gestão municipal.
Gustavo foi duramente boicotado e sabotado pelo ex-governador Beto Richa e seu Secretário de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Junior. Greca só conseguiu ser eleito com o apoio e recursos do governador, que fez de tudo para derrotar Fruet, inclusive prejudicando a população de Curitiba com a suspensão de repasses e subsídios para a capital. A pré-candidatura do Gustavo é legitima e, se esta for a escolha do partido, terá meu apoio irrestrito.
Tenho, no entanto, refletido muito durante estes meses, observando a desconstrução das políticas ambientais do governador Ratinho Jr, que estão alinhadas com a visão distorcida do governo Bolsonaro e seu infame ministro Ricardo Salles, que afirmou explicitamente sua tarefa de fazer a desregulamentação e destruição das políticas de preservação da natureza. A “boiada” que Bolsonaro passa na Amazônia (e em todo país).
É semelhante ao que Carlos Massa esta fazendo no Paraná. Ambos veem a proteção do meio ambiente – artigo da constituição federal – como um entrave, um obstáculo ao desenvolvimento econômico. Não conseguem ver o valor da floresta em pé, da biodiversidade, do respeito as comunidades tradicionais, da pesquisa, da ciência, da recuperação dos rios e, especialmente, não percebem ainda o quanto tais posturas irão afetar negativamente a própria economia.
“FREAR RETROCESSOS”
Com estas considerações em mente cogito também permanecer como deputado estadual para fortalecer a crítica e a fiscalização, principalmente nas pautas ambientais, do Governo Estadual. Sinto que nossa atuação tem sido relevante e, com críticas propositivas, conseguido frear alguns retrocessos.
No projeto de concessão dos Parques Estaduais aprovamos emendas importantes, garantindo o respeito aos planos de manejo e outros ganhos sociais e ambientais. O mesmo se deu em outros Projetos de Leis o que alterou a gestão da Ilha do Mel, o do plantio e exploração das Araucárias, o da instalação de pequenas e grandes centrais hidrelétricas e a revogação do decreto que permitia a poda da restinga no litoral, ação absurda do governo estadual,sem critérios científicos e com motivações questionáveis.
Nos próximos anos outros imensos desafios ambientais já estão colocados. A destruição da floresta atlântica para atender um projeto de um porto privado em Pontal do Paraná; a engorda milionária da praia de Matinhos, num projeto cujos estudos de impacto ambiental estão desatualizados; a desregulamentação das políticas de licenciamento ambiental; a falta de uma política efetiva de preservação e recuperação das florestas paranaenses; a contaminação das nascentes por agrotóxicos… Estou disposto, considerando tudo isso, a deixar a vontade de concorrer a prefeitura para 2024 e fortalecer agora a eleição de prefeitas e prefeitos, vereadoras e vereadores comprometidos com justiça social, preservação ambiental, direitos humanos e inovação urbana e rural de verdade!
A VANGUARDA PERDIDA
Curitiba pode ser novamente uma cidade de vanguarda no urbanismo, inovadora na economia, referencia no fortalecimento dos processos democráticos e um ecossistema onde a natureza e a dignidade humana sejam respeitadas! É esta Curitiba que eu vislumbro! E esta visão de cidade que devemos buscar! Uma cidade onde estudantes possam pedalar para todas as escolas e universidades com segurança. Uma cidade onde o tratamento dos resíduos sólidos seja completo, uma Curitiba Lixo Zero é possível!
Uma cidade onde os equipamentos culturais e esportivos sejam bem distribuídos garantindo a todos o acesso ao lazer e o crescimento pessoal. Uma cidade metropolitana, com planejamento integrado e gestão transparente e participativa! Em suma, é necessário ocupar a política, ressignificar as estruturas de poder.
Meu nome segue a disposição dos paranaenses para este objetivo!”.
Inadequado é um termo muito educado para as atuais condições.
Melhor Goura ficar na Assembleia.
#desembarcagreca
O candidato do pdt é o Fruet.
Curitiba ainda não tem educação para ter lixo zero
Greca está trabalhando doente e sem vontade. Todos estão vendo.
A reviravolta vai acontecer mas não com Goura como prefeito.
Respeito a História deste Deputado, seus métodos e sua capacidade em angariar adeptos, mas dar um passo de cada vez é algo indiscutível! Meio Ambiente no Brasil é uma questão delicadíssima, sem falar do resto do mundo, o art 225 é amplo, tivemos Ministros que tentaram desburocratizar as leis, mais se esqueceram que precisariam primeiro mudar as Leis! Sendo assim Goura use seu conhecimento para ajudar nesta situação! Quanto ao seu apoio ao Ex Prefeito que foi um prefeito apagado pelas suas próprias escolhas, acredito que jamais terá novamente condições de voltar a ser Prefeito! Acredito que o Gustavo deveria ser Deputado Estadual ajudando o Estado com seu conhecimento federal, mas Prefeito não é a praia dele! Quanto ao PDT primeiro tem que recuperar a imagem do Partido deixar de ser o Partido apelidado de Barriga de aluguel, renovar a legenda, mas sair candidato a Prefeito só para alavancar o nome buscando uma reeleiçao em 2022 vai deixar seu nome desgastado! Cuida da sua cadeira de Deputado e não se envolva nisto!
Estou pensando em mudar de nome, acho legal esses nomes ripongas!
Sei mais coisa do seu passado…
Vc NUNCA foi Punk, no máximo um X na mão que escutava Shelter !!!!
O futuro dele está escrito