Greca socorre apenas milionários empresários do transporte coletivo

* José Carlos Chicarelli

” Meu socorro vem de Deus, que fez os céus e a terra” este versículo do Salmo 121 mostra a situação enfrentada pelos pequenos e médios empresários em Curitiba.

Hoje temos certeza que existe uma elite de empreendedores na capital paranaense e que somente eles serão socorridos pela prefeitura e pela Câmara de Vereadores.

O aval obtido para os empresários do transporte coletivo traz à tona um almoço no Graciosa Country Clube, em 2017, entre Greca e Donato Gulin, o empresário símbolo do transporte, onde a conversa pode ter reaproximado dois antigos amigos.

Hoje, uma ajuda milionária veio com a chancela da URBS e com a submissão dos vereadores da base do prefeito, que aprovaram a proposta sem muita dificuldade.

O escândalo da ajuda milionária é tão grande, que o prefeito Rafael Greca (DEM) teve de ir as redes sociais se defender, alegando que esta ajuda aos empresários não é subsídio, é sim, uma readequação ao contrato de concessão e culpa a oposição de inflar o valor da ajuda para R$ 200 milhões.

Mas em momento algum Greca citou que o preço pago pelo passageiro vai diminuir e nem deixou claro o valor total do socorro financeiro as empresas.

A fala do prefeito mostra que a URBS pagará menos no diesel e vai economizar na folha de pagamentos, mas esquece o administrador municipal que o preço do combustível e de todos os outros itens que compõem a tarifa técnica da planilha também diminuíram.

Fica claro para nós pobres mortais de que esta ajuda financeiras é para que os empresários dos ônibus recebam a tarifa cheia ou seja a tarifa técnica, somado ao socorro financeiro mensal da generosa URBS, até o termino do período de pandemia.

O resultado da festa com dinheiro público será grandes lucros a concessionária.

Agora, Curitiba passará para história como primeira capital do pais a socorrer grandes empresários do transporte coletivo.

Os curitibinhas, pequenos e médios empresários de toda a cidade lembrarão que não tiveram nenhuma ajuda da Prefeitura de Curitiba para diminuir ou adiar o vencimento dos tributos, como já fizeram os prefeitos de cidades como Ponta Grossa e Foz do Iguaçu – que não injetaram recursos nas empresas de ônibus.

Enquanto isso, os pequenos e médios empresários ficaram ao Deus dará, vão ter que trabalhar ainda mais para pagarem os impostos salgados e vão contar apenas com a fé e a ajuda dos céus, afinal, nenhum deles são empresários do transporte coletivo, os ditadores de leis na capital do Paraná.

* José Carlos Chicarelli é ex-vereador e criador da CPI da Urbs/Transporte Coletivo