sexta-feira, março 29, 2024
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Convocação no Whatsapp dá enfoque radicalizado aos atos marcados para o dia 30

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O Congresso em Foco informa que stá circulando no WhatsApp um áudio que dá um enfoque alternativo e bem mais inquietante às manifestações programadas para o próximo dia 30.

Dura 1’05” (clique no vídeo pouco abaixo para ver) e o locutor se identifica como Beto Fontes, de Londrina, PR, que tem perfil no YouTube como “jornalista investigativo, analista de mídias sociais, ativista e coaching”.

Ele faz a convocação abaixo, que mais parece um chamamento para uma versão brasileira da Marcha sobre Roma de 1922, que marcou a conquista do poder por parte dos camisas negras italianos:

“Este áudio é curtíssimo para que vocês possam compartilhar em todas as redes.

Dia 30/06/2019 voltaremos às ruas contra o crime político organizado.

A pauta será única e objetiva, ou seja, o tiro letal contra a corrupção que vem atravancando um governo que nós elegemos democraticamente.

Todo poder emana do povo, artigo 1º, é constitucional. E o povo irá às ruas ordenado para que o presidente Jair Bolsonaro acione o artigo 142 da Constituição Federal e faça uma faxina constitucional.

[Que] Juízes e políticos corruptos, inclusive jornalistas criminosos, [sejam] julgados e condenados sem redução de pena.

Quem manda no Brasil somos nós e o governo que nós elegemos democraticamente está precisando do nosso apoio.constitucional.

E a pauta é objetiva e única: Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

Quanto ao citado artigo 142, eis o que ele estabelece:

“As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.

Então, depreende-se que o objetivo seja colocar o povo nas ruas para dar ao presidente Jair Bolsonaro um pretexto para ele, presumivelmente em nome da defesa da lei e da ordem, ordenar às Forças Armadas que intervenham no Judiciário, no Legislativo e na imprensa.

Como devemos encarar o áudio radical, bem diferente das convocações feitas, por exemplo, pelo MBL e pelo Vem Pra Rua? Há duas possibilidades:

1. a de o áudio golpista provir de uma vertente secundária da extrema-direita que estaria tentando dar um direcionamento mais radical a tais manifestações;

2. a de tal áudio expressar a verdadeira intenção da extrema-direita com as manifestações e a solidariedade ao Moro ser apenas a versão maquilada,

Também não há como sabermos se isto se faz com a anuência do próprio presidente ou à sua revelia, mas a primeira hipótese se tornará mais plausível caso Bolsonaro venha a investir pesado no acirramento das tensões políticas na semana que vem, durante os dias que antecederão as manifestações de domingo. Se portar-se como bombeiro, desfará suspeitas. Se agir como incendiário, elas crescerão.

Depois dos 36 anos que amargamos sob ditaduras no século passado, não podemos simplesmente descartar a possibilidade de que Bolsonaro decida a virar a mesa para livrar-se das amarras constitucionais, obtendo poderes bem maiores do que a Constituição lhe concede.

Foi o que fez em 1961 outro presidente que não conseguia conviver bem com os pesos e contrapesos de uma democracia. Pretenderá Bolsonaro seguir os passos de Jânio Quadros, frequentemente a ele comparado?

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